sábado, 29 de janeiro de 2011

APRENDENDO A PREPARAR ALIMENTOS MAIS SAUDÁVEIS COM MENOS ÓLEO


 


28/1/2011 - Walter Minicucci

Óleos e gorduras fazem parte da culinária brasileira, por herança de nossos antepassados. O azeite- de- dendê da cozinha africana, a banha de porco, as frituras, os refogados, o azeite de oliva das cozinhas portuguesa, italiana, espanhola, são exemplos que muitas vezes nos dão "água na boca" só de lembrar...

Gorduras dão sabor aos alimentos, realmente. E são "fortes", mesmo! São ENERGÉTICAS, fornecem muitas calorias ao nosso organismo. Por essa razão são "engordantes", quando usadas em excesso, principalmente quando a atividade física do indivíduo é do tipo sedentária ou leve ( o que corresponde à maioria das pessoas, hoje em dia).

Além de contribuírem para o aumento de peso, as gorduras põem em risco a saúde, quando em excesso, por levarem ao aumento do colesterol e, consequentemente à aterosclerose.

O diabético, que pela sua própria condição é mais vulnerável a problemas vasculares deve, portanto, evitar os excessos de gordura na alimentação. É bom esclarecer, porém, que nem todas as gorduras são igualmente "perigosas". As mais prejudiciais são as de origem animal: banha de porco, toucinho, bacon, manteiga, creme de leite, maionese; são as chamadas "gorduras saturadas", ricas em colesterol ou que aumentam a sua produção pelo nosso organismo.
Já as gorduras vegetais, como os óleos de milho, girassol, arroz e soja e as margarinas cremosas, não contém colesterol. Além disso, essas gorduras são "poliinsaturadas", o que contribui para evitar a aterosclerose. O azeite de oliva e as gorduras dos peixes, por sua vez, são "monoinsaturados" e até ajudam a diminuir o colesterol.

Entre as gorduras, como se vê, temos "amigos" e "inimigos". Os inimigos, devemos evitar ao máximo. Dos amigos podemos usar, sem abusar.

GORDURAS QUE DEVEM SER EVITADAS

BANHA DE PORCO
TOUCINHO
TORRESMO
BACON
MANTEIGA
CREME DE LEITE
MARGARINA DURA
GORDURA DE COCO
MAIONESE
GEMA DE OVO

GORDURAS QUE PODEM SER UTILIZADAS SEM EXCESSO

ÓLEO DE MILHO
ÓLEO DE GIRASOL
ÓLEO DE ARROZ
ÓLEO DE SOJA
MARGARINA CREMOSA
AZEITE DE OLIVA

COMO PREPARAR ALIMENTOS COM MENOS ÓLEO OU GORDURA

Evite as frituras e os alimentos gordurosos.Cozinhe o arroz sem refogar, com água, cebola, alho socado e sal (se sua pressão arterial não estiver alta). Se você não for obeso, pode acrescentar 1 colher das de café de óleo por pessoa, à água do preparo.

Não use óleo ou outra gordura qualquer no feijão. Cozinhe-o com alho, cebola, cheiro verde, louro. Se você não gostar de sentir os temperos em pedaços, pique-os miudinho ou bata-os no liquidificador, antes de juntar ao feijão.

Para variar, experimente cozinhar dentro do feijão hortaliças como chuchu, abóbora madura, abobrinha, folhas de repolho, chocória ou couve. Dão sabor e aumentam o valor nutritivo.

Experimente "refogar" cebola e alho picadinho em um pouco de água, até que fiquem transparentes e macios. Se você deixar a água secar eles irão ficar corados. Junte, então, tomates batidos, orégano ou manjerona e água e terá um molho caprichado e "magrinho".

Você poderá "refogar" os temperos na água em lugar de óleo ou gordura também em outras receitas, como as de carnes cozidas ou ensopados com legumes.

Cozinhe hortaliças como cenoura, chuchu, abobrinha, vagem, abóbora madura, cebola e outras no vapor e tempere-as, ainda quentes, com vinagre ou limão, alho, orégano, salsinha, hortelã picadinha ou outras ervas aromáticas Regue com um pouquinho de azeite.

Para cozinhar no vapor você pode utilizar uma peneira de alumínio colocada sobre uma panlela com água. Coloque os alimentos sobre a peneira e tampe-a enquanto a água ferver na panela. Além de saudáveis e nutritivas, as hortaliças ficam mais saborosas, assim preparadas.

Cozinhe verduras de folha como couve, chicoria, espinafre, folhas de rabanete ou de nabo, picadas ou rasgadas, direto na panela, com um pouquinho só de água e temperos. Abafe a panela e deixe em fogo baixo até cozinhar. Acrescente um fio de óleo quando a verdura estiver cozida. Você também pode preparar legumes dessa maneira (diretos na panela). Se desejar, pode acrescentar um pouco de margarina cremosa no final do preparo, no lugar do óleo (1 colher das de café, por pessoa).

BOM APETITE

DENISE GIÁCOMO DA MOTTA

NUTRICIONISTA

CRN 0350

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Diabetes: mais um risco para o coração

O risco de um diabético sofrer um infarto chega a 40% nos homens e 50% nas mulheres. Quando a doença se instala, potencializa outras condições de risco, como a pressão alta e o colesterol elevado. O diabetes é uma espécie de combustível perverso, difícil de ser removido e pronto para causar muitos problemas.

A doença ocorre quando a glicose, principal forma de energia das células, aumenta sua concentração no sangue. Isso pode ocorrer durante a digestão de carboidratos contidos em alimentos como farinhas, massas, pães, batata, mandioca, doces e açúcares. Após o processo digestivo, a glicose circula no interior dos vasos, sendo distribuída por todas as células do corpo para se transformar em energia. Para entrar nas células, ela depende da insulina, hormônio fabricado no pâncreas. Quando uma pessoa tem aumento da gordura abdominal, libera substâncias inflamatórias tóxicas prejudiciais à ação da insulina, causando o diabetes tipo 2. Essa é a forma mais frequente da doença em adultos. Mais raros são e continuarão sendo os casos dediabetes tipo 1, causados pela redução da fabricação de insulina pelo pâncreas após uma agressão do sistema imunológico.

Ao se instalar no organismo, o diabetes segue uma lógica: as células não absorvem aglicose como deveriam, pois a insulina não está agindo corretamente. Resultado: aglicose e a insulina excedentes sobram nos vasos. Esse acúmulo provoca danos, pois aumenta a formação de placas de gordura que geram coágulos que, por sua vez, podem entupir vasos ligados a órgãos como coração, cérebro e membros inferiores, causando infarto ou AVC (acidente vascular cerebral, popularmente chamado de derrame). Muitas vezes o infarto ocorre antes do diabetes apresentar sintomas ou ser diagnosticado.

As doenças cardiovasculares estão entre as causas mais frequentes de morte no Brasil. Evitar o diabetes significa afastar essa ameaça. E não é difícil seguir esse caminho. Primeiro, é necessário avaliar a presença de fatores de risco, como tabagismo, excesso de gordura abdominal, hipertensão, sedentarismo, dieta pobre em fibras e história de diabetes na família. Quando esses fatores existem, o acompanhamento com um profissional de saúde promove uma melhora gradual no estilo de vida e reduz o risco de desenvolver a doença em cerca de 60%. Em pessoas com diabetes, a orientação ajuda a reduzir a gordura abdominal e a controlar melhor os níveis de pressão, colesterol e glicose, diminuindo os riscos de infarto e de AVC. Já os que não desenvolveram nenhum fator de risco sabem: boa alimentação e exercício físico regular podem manter o diabetes bem longe.







domingo, 2 de janeiro de 2011

Será que fatores emocionais influenciam no surgimento do diabetes?

O pai da Medicina, Hipócrates, disse: “Mais importante do que saber que doença tem a pessoa, é saber que pessoa tem a doença.” Ou seja, a maneira como funciona a mente (razão e emoção) da pessoa tem muito que ver com a doença dela. Corpo e mente atuam juntos para a saúde ou para a doença. Não adoecemos por compartimentos. Uma enfermidade pode se apresentar num determinado órgão ou sintoma, mas o todo – corpo e mente – estão envolvidos, um tentando ajudar o outro, um sofrendo com o outro.

O Diabetes é uma doença causada por fatores múltiplos. Ela é, fisicamente, caracterizada pelo aumento da glicose (açúcar) no sangue. O Diabetes Tipo 1 atinge crianças e adolescentes e a Tipo 2 atinge principalmente uma população entre 30 e 69 anos, embora já surjam casos também em crianças devido à obesidade e sedentarismo infantil.

Sintomas principais de Diabetes são: muita sede, muita fome e muita urina. Outros são: sonolência, dores generalizadas, formigamentos e dormências, cansaço doloroso nas pernas, câimbras, nervosismo, indisposição para o trabalho, desânimo, turvação da visão, etc.

Os sintomas principais ocorrem porque com o aumento do açúcar no sangue (hiperglicemia), o corpo produz a sede para a pessoa beber água, e eliminar este excesso de glicose pela urina. E há muita fome porque a glicose não entrando na célula para produzir energia, deixa a pessoa fraca. Daí o corpo “pede” comida.

O açúcar não entra na célula porque há um problema nos receptores (“portas” de entrada da célula) dela. Uma dieta gordurosa e vida sedentária favorecem o mal funcionamento destes receptores. Daí que se o diabético, especialmente Tipo 2, começa a praticar uma dieta vegetariana e exercícios físicos, melhora bastante e pode a vir a ter níveis normais de glicose no sangue e recuperar a saúde. Pode-se prevenir o Diabetes Tipo 2 evitando o excesso de peso (reeducação alimentar) e combatendo o sedentarismo (falta de atividade física). No Diabetes Tipo 1 pode-se prevenir as complicações com dieta, exercícios físicos e equilíbrio emocional.

Muitos diabéticos sabotam o tratamento por motivos variados e determinados por aspectos profundos do emocional do indivíduo, alguns dos quais inconscientes. A rejeição da doença piora o quadro clínico. Cada diabético enfrenta a doença de maneira diferente de acordo com a sua estrutura psíquica ou organização mental pessoal.

Vários autores consideram o Diabetes uma doença psicossomática, ou seja, que possui fatores emocionais em sua causa. A doença psicossomática surge em decorrência do modo como a pessoa vivencia as emoções.

Quando não expressamos nossas emoções devidamente, elas podem ser descarregadas em alguns órgãos, como no estômago, intestinos, coração, vasos sanguíneos, pele, etc. Uma agressividade contida pode estourar na própria pessoa. “A incapacidade de comunicar com palavras os seus pensamentos faz com que essa pessoa ‘fale’ com a ‘linguagem dos órgãos’, ou seja, o adoecer de determinado órgão é a forma inconsciente do indivíduo proclamar seu sofrimento, por não conseguir fazê-lo de outra forma...” (Silva, M.A.D. da, “Quem ama não adoece”, 1994, citado em “Reflexões sobre o Diabetes Tipo 1 e sua relação com o emocional”, D.B.Marcelino, M.D.B. Carvalho, Universidade Estadual de Maringá; Psicologia: Reflexão e Crítica, 2005, 18(1), pp.72-77).

Isto não quer dizer que todas as doenças são causadas só por aspectos emocionais, mas provavelmente também por eles. Daí relembre o que disse Hipócrates, que entender a pessoa doente é mais importante do que entender a doença isolada dos aspectos gerais da pessoa, tais como a maneira como ela vive as emoções em suas relações consigo mesma, com os outros, com a vida, com Deus. Na próxima parte seguimos com esta reflexão sobre os aspectos emocionais no Diabetes