quarta-feira, 31 de julho de 2013
segunda-feira, 29 de julho de 2013
quinta-feira, 25 de julho de 2013
terça-feira, 23 de julho de 2013
Médico americano questiona a relação entre obesidade e diabetes tipo 2
Para Peter Attia, o pior inimigo da saúde
pública nos países ocidentais é a resistência à insulina, e não o sobrepeso.
Peter Attia durante sua palestra em abril: causa e consequência invertidas |
Para
99% dos médicos, não há dúvidas. A relação entre os temas é mais do que bem
estabelecida nos manuais de medicina: falta de exercício aliado a excesso de
comida leva à obesidade e por consequência, em muitos casos, ao diabetes tipo 2. Mas o americano Peter Attia resolveu
nadar contra esta corrente.
“Apesar de
me exercitar de três a quatro horas por dia, seguir a pirâmide alimentar à
risca, ganhei muito peso e desenvolvi algo chamado síndrome metabólica. Alguns
de vocês devem ter ouvido falar dela. Me tornei resistente à insulina”, afirmou
ele em uma recente palestra no ciclo TED MED, que aconteceu em
Washington DC, nos Estados Unidos, em abril deste ano.
As células do corpo de Attia ficaram cada vez mais
resistentes ao efeito da insulina, o hormônio produzido pelo pâncreas humano
para controlar a quantidade de açúcar no sangue e ele acabou engordando. “Uma
vez que você fica resistente a insulina está no caminho para ficar diabético,
que é o que acontece quando seu pâncreas não consegue mais fazer insulina
suficiente para lidar com a resistência. Então os níveis de açúcar no sangue
começam a subir e uma cascata de efeitos patológicos saem do controle, podendo
levar a doenças cardíacas, câncer e até Alzheimer”, explicou ele.
A tese de Attia é que a relação de causa (obesidade) e
efeito (diabetes) é a contrário da imaginada pela maioria dos médicos.
“Obviamente, então, se você quer tratar a resistência à insulina, você faz a
pessoa perder peso, correto? Você trata obesidade. E se a obesidade não for a
causa da resistência à insulina? Eu sei que parece loucura porque estamos
obviamente em meio a uma epidemia de obesidade”, afirma. E continua seu
raciocínio: “Talvez devêssemos estar nos perguntando se é possível que a
resistência a insulina gere ganho de peso e as doenças associadas à obesidade
ao menos na maioria das pessoas?”
Leia também:
Os números podem estar do lado de
Attia. Cerca de 30 milhões de americanos obesos não tem resistência à insulina,
segundo ele. “Sabemos que seis milhões de pessoas magras nos Estados Unidos
possuem resistência a insulina. E se estivermos lutando a batalha errada,
brigando com a obesidade e não com a resistência a insulina? Pior, e se ao
culparmos a obesidade estivermos culpando as vítimas? E se algumas das nossas
principais ideias sobre obesidade estiverem simplesmente erradas?
Não é que Attia tenha a solução para
a pergunta que ele mesmo coloca. Ele apenas possui uma hipótese, que precisa
ainda ser cientificamente testada. “Se você se perguntar do que uma célula está
tentando se proteger ao se tornar resistente à insulina, a resposta
provavelmente não é de muita comida. É muito mais provável que seja de muita
glicose, ou seja, muito açúcar no sangue. Sabemos que grãos refinados e amido
elevam o açúcar no sangue no curto prazo. Então se você coloca esses processos
fisiológicos para funcionar, eu faria a seguinte hipótese. Pode ser que nosso
maior consumo de grãos refinados, açúcares e amido é que esteja levando, via
resistência a insulina, à epidemia de obesidade e diabetes. E não
necessariamente apenas o excesso de peso e a falta de exercício.”
Durante sua palestra, Attia disse que não vai descansar
enquanto não entender o que é causa e o que é consequência na relação diabetes
e obesidade. “O primeiro passo é aceitar a possibilidade de que o que
acreditamos saber sobre obesidade, diabetes e resistência a insulina pode estar
errado e consequentemente precisa ser testado. Estou apostando minha carreira
nisso. Atualmente devoto todo o meu tempo a este problema e irei para onde a
ciência me levar. Decidi que não posso e não vou mais fingir que tenho as
respostas quando não as tenho”.
*Alessandro Barros Greco é
jornalista e engenheiro mecânico pela POLI-USP. Escreve sobre ciência desde
1998. Acredita que falar sobre ela ajuda as pessoas a viver melhor. Foi o
terceiro brasileiro a receber a bolsa Knight Science Journalism Fellowship do
Massachusetts Institute of Technology (MIT)
domingo, 21 de julho de 2013
Falha em equipamento ameaça a vida de diabéticos em Minas
Falha em equipamento ameaça a vida de diabéticos em Minas
Aparelhos da marca Cepa GC distribuídos pela secretaria de saúde de Minas
apresentam falha na medição de glicemia que leva os pacientes a aplicar mais
insulina, com risco de morte .
"O Cepa não tem manual de instrução e os postos de
saúde não foram instruídos sobre como usar o aparelho. Os resultados são
discrepantes", Carol Freitas, relações-públicas
Uma falha no aparelho que mede a glicemia da marca Cepa GC
está pondo em risco a vida dos diabéticos em Minas. A leitura do glicosímetro
não é homogênea como nos equipamentos de outras marcas e os resultados são bem
mais elevados, o que leva o paciente a injetar mais insulina no sangue e há
risco de coma hipoglicêmico. “Pode haver queda da glicemia abruptamente, porque
é injetada uma quantidade excessiva de insulina”, alerta o vice-presidente da
Sociedade Brasileira de Diabéticos, o médico Levimar Rocha Araújo.
A entidade recebeu 15 reclamações esta semana no estado e
houve outras na Faculdade de Ciências Médicas, em BH, onde Araújo é professor,
e nas redes sociais. “Tivemos reclamações de médicos de Juiz de Fora, de
pacientes de Campo Belo e de outras regiões. Médicos da capital detectaram
também o problema no aparelho”, afirmou. “Pais de crianças diabéticas mandam
e-mails e cartas e estou encaminhando tudo para a Secretaria de Estado de Saúde
e outros órgãos competentes, mas não tivemos resposta”, reclama. Em Minas, a
estimativa é de que haja 1,3 milhão de diabéticos com mais de 20 anos, cerca de
10% da população adulta, segundo o governo.
Três associações de diabéticos receberam denúncias também
contra o Cepa: a Associação dos Diabéticos de BH, a de Diabéticos Infantis,
também na capital, e a Associação dos Diabéticos de Campo Belo. “Uma mãe mediu
a glicose do filho de 2 anos com o Cepa GC e deu quase 300. Ela tinha um
aparelho antigo, foi conferir e deu 40. Se ela tivesse aplicado insulina, o
menino poderia ter entrado em coma”, alertou a presidente e fundadora da
Associação de Diabéticos Infantis, Cidinha Campos.
A Secretaria de Saúde de Campo Belo informou ter recebido
várias reclamações do Cepa GC e que tem controlado o problema. O farmacêutico
responsável testa os equipamentos levados pelas pessoas e os substitui quando
necessário.
Os aparelhos Cepa GC foram importados pela Secretaria de
Estado de Saúde e distribuídos gratuitamente à população desde outubro do ano
passado. Por mês, as pessoas recebem 100 fitas usadas na medição. Segundo
Levimar Araújo, a licitação para compra dos equipamentos é anual e o modelo
anterior, Accu-Chek Performa, foi
substituído. “O estado compra os aparelhos e as fitinhas com valores mais
baixos. O Cepa é de origem chinesa e ninguém o conhecia”, disse. O Accu-Chek
Performa é mais eficiente, segundo ele, mas custa mais.
Precaução após erro
A relações-públicas Carol Freitas, de 34, que é diabética,
deixou de usar o Cepa depois de medir a glicose que chegou a 500. “No aparelho
antigo deu 130”, disse Carol, que passou a comprar por conta própria um pacote
com 50 fitas do aparelho antigo por R$ 100. “Só que a gente gasta 150 fitas por
mês”, protesta Carol, que já recebeu 250 reclamações do Cepa em seu blog, Doces
contos de uma vida doce. “Enquanto no aparelho antigo a minha glicose dava 130,
nesse dá 400, 500”, reclama.
A presidente da Associação dos Diabéticos de BH, Irma Pires
de Oliveira, disse ter informações de que a fábrica do Cepa GC foi fechada e a
fita não é encontrada para comprar no Brasil: “Foi uma firma que importou
exclusivamente para o estado”. O presidente da Associação dos Diabéticos de
Campo Belo, Rodrigo Dias, toma insulina todos os dias. “Quase entrei em coma
por causa do resultado alterado do Cepa. O aparelho fez uma leitura para mais e
tomei a insulina regular para diminuir a glicose, mas só que diminuiu duas
vezes mais. Eu estava passando mal e minha mulher me socorreu aplicando uma
glicose de ação rápida”, informou Rodrigo, explicando que a insulina baixa a
glicose e que a aplicação aumenta a taxa de açúcar no sangue.
Farmacêutico
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) admitu que o aparelho
pode apresentar problemas de configuração e informou que cabe ao farmacêutico
constatar se ele está com defeito.
“Quando ocorre problema com o aparelho, há um fluxo definido com as unidades
para substituição. Mediante as informações apresentadas, pode-se verificar que
é necessário encaminhar os pacientes que tenham dúvidas sobre a utilização dos
aparelhos aos farmacêuticos municipais, para as devidas orientações e medidas
cabíveis”, informou.
A SES disse ainda que adquire e distribui os glicosímetros e
tiras reagentes de glicemia atendendo aos critérios de licitações públicas. “A
distribuição da marca Cepa começou em outubro de 2012, após processo
licitatório. Como o objetivo de orientar os profissionais de saúde no momento
da entrega dos novos aparelhos aos pacientes, esta superintendência elaborou
informe a todos os municípios. O objetivo é divulgar e uniformizar orientações
sobre o uso correto dos novos aparelhos, uma vez que se identificou que o uso
inadequado e a falta de configuração foram as principais causas das diferenças
de medida”, diz a nota.
Também por meio de nota, a Secretaria de Saúde de BH (SMSA)
informou que distribui glicosímetros da marcha Roché. Já o Cepa GC é entregue
desde a segunda quinzena de fevereiro e que já registrou 50 reclamações de
pacientes sobre divergências na medição. “Nesta semana, a SMSA recebeu da SES a
solução padrão que permite a testagem do glicossímetro. Todas as pessoas que
encaminharam reclamações serão chamadas para testagem de seus glicosímetros.
Caso sejam identificados problemas será solicitada a troca pela SMSA”, diz a
nota.
sábado, 20 de julho de 2013
terça-feira, 16 de julho de 2013
sexta-feira, 12 de julho de 2013
sábado, 6 de julho de 2013
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