segunda-feira, 31 de março de 2014

Cirurgia bariátrica ajuda muitos pacientes a reverter diabetes tipo 2, diz estudo


Por Bill Berkrot e Ransdell Pierson
WASHINGTON, 31 Mar (Reuters) - A cirurgia bariátrica para perda de peso em pacientes obesos com diabetes tipo 2 ajudou muitos deles a ficar com o açúcar no sangue em níveis saudáveis, sem precisar de quaisquer medicamentos para diabetes, incluindo a insulina, três anos após o procedimento, de acordo com dados apresentados em um grande evento da área médica nesta segunda-feira.
A cirurgia também ajudou os pacientes a reduzir a necessidade de medicamentos para a pressão arterial alta e colesterol e levou à melhoria da qualidade de vida, em comparação com aqueles que receberam a terapia médica para perda de peso, descobriram os pesquisadores.
O estudo, chamado Stampede, que envolveu 150 pacientes obesos com diabetes tipo 2 mal controlada há pelo menos oito anos, foi conduzido por pesquisadores da Clínica de Cleveland.
Eles compararam dois tipos de cirurgia para perda de peso com o emagrecimento por dieta, exercício, aconselhamento nutricional e, para alguns, medicamentos adicionais para diabetes que podem ajudar a promover a perda de peso, como o Victoza, da Novo Nordisk. Todos os pacientes já tomavam pelo menos três medicamentos para diabetes e pelo menos três medicamentos para o coração.
Mais de um terço -- 37,5 por cento -- dos pacientes submetidos à cirurgia bariátrica com bypass gástrico e um quarto daqueles que passaram por um procedimento de gastrectomia vertical tiveram níveis de açúcar no sangue abaixo da meta da Associação Americana de Diabetes (ADA, na sigla em inglês) e a maioria não precisa mais de medicamentos para a doença, disseram os pesquisadores.
Isso em comparação com apenas 5 por cento dos pacientes no grupo de tratamento médico que tiveram os seus níveis de açúcar no sangue, no teste de A1c, reduzidos para 6 por cento ou menos. A ADA recomenda níveis de A1c de 7 por cento ou menos.
"Inicialmente, pensávamos que a diabetes era uma doença que não poderia ser revertida ou eliminada. Nós percebemos agora que pode haver um tratamento que acabe com a diabetes para algumas pessoas, e isso é emocionante", disse Sangeeta Kashyap, um dos principais participantes do estudo, que apresentou os dados no encontro científico do American College of Cardiology, em Washington.
Em 3 anos, apenas 5 a 10 por cento dos pacientes da cirurgia que utilizavam insulina ainda precisava do tratamento, em comparação com uma taxa de 55 por cento no grupo de terapia médica. Estima-se que um terço dos norte-americanos são considerados obesos, e a obesidade é o principal fator para a crescente epidemia de diabetes tipo 2 no país.
A cirurgia bariátrica é uma medida drástica e com potenciais complicações, tais como infecções ou coágulos sanguíneos. Mas, para alguns pacientes obesos, pode valer a pena se puder evitar as consequências da diabetes avançada, que podem incluir doenças cardíacas e renais, bem como problemas vasculares que podem levar a amputações ou cegueira.
"O fato de que as cirurgias possam reverter o caminho da fisiologia da doença é bastante notável", disse Kashyap, um endocrinologista da Clínica de Cleveland.
Caso os resultados levem a um aumento na cirurgia de perda de peso, isso poderia ser uma bênção para as empresas que fazem produtos utilizados nos procedimentos, tais como a unidade Ethicon, da Johnson&Johnson, patrocinadora do estudo, a Stryker Corp, a Intuitive Surgical e a Covidien, entre outras.
Em 2012, foram apresentados dados do estudo que mostram o efeito da cirurgia na diabetes após um ano. Os últimos dados respondem a perguntas sobre se o efeito poderia ser duradouro.
"Os resultados foram duráveis e eles eram muito melhores do que as pessoas no braço médico", disse Kashyap. "Seus efeitos são persistentes por três anos, o que nós achamos muito encorajador."


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sábado, 29 de março de 2014

Pacientes testam medicamento para cicatrização em Céu Azul

Dois pacientes de Céu Azul participam de estudo experimental desenvolvido por uma equipe da Secretaria de Saúde e o laboratório que produz o medicamento. Um spray à base de calêndula está aumentando a qualidade de vida de dois pacientes que estão utilizando o medicamento há algumas semanas.
O estudo é realizado desde janeiro em Céu Azul e em Cascavel e há poucos dias iniciou em São José dos Pinhais. O produto foi oferecido pela indústria farmacêutica para que o município teste a eficácia do produto e assim utilize em outros pacientes que tenham feridas crônicas.
Para verificar os resultados, os representantes da indústria estiveram em Céu Azul para conversar com a equipe que está acompanhando o estudo: as enfermeiras Rosângela Franciscatto e Lúcia Perinazzo, a assistente social Tânia Dario e a farmacêutica Keli Didomenico.
De acordo com a enfermeira Rosângela, o resultado tem impressionado. “O teste é realizado com dois pacientes, mas já estamos realizando um levantamento para tentar ofertar o produto para os pacientes”. Participam do estudo uma paciente que há 35 anos convive com uma úlcera venosa e outro diabético com feridas no pé há cerca de um ano em função da dificuldade de cicatrização
Custo-benefício 
O custo-benefício do produto tem se mostrado bastante eficaz. A expectativa é que o ferimento se feche nas próximas semanas. Com isso, esses pacientes deixarão de utilizar produtos que antes empregavam diariamente, como gaze, soro fisiológico, pomadas e esparadrapos. Após a lesão ter cicatrizado, esses pacientes só precisarão de um tratamento se outra lesão surgir.
 http://www.oparana.com.br/

Medição contínua de glicemia favorece controle

Endocrinologista afirma que a medição contínua da glicose é aconselhada para todo tipo de paciente, seja tipo 1 ou tipo 2, usuário ou não de insulina.
Fazer amplo monitoramento da glicemia é a melhor maneira de se conhecer o que está funcionando e o que não tem efeito benéfico no dia a dia do diabético. Além do teste de glicemia feito em casa, pelo próprio paciente, em jejum ou duas horas após as refeições, há uma série de outros exames já conhecidos do diabético que ajudam o médico a corrigir doses de medicamento, tipo de alimentação e atividades físicas eventualmente praticadas pelo paciente.
Entre esses exames, além da glicemia de jejum feita em laboratório, o mais comum é o exame de A1C, ou de hemoglobina glicada, que mede o comportamento da glicemia nos três meses precedentes à sua realização. 

Esse teste fornece a média glicêmica do período, mas não identifica situações específicas: o diabético pode ter um bom resultado médio, mas apresentar oscilações importantes durante o dia ou a noite que não são apontadas no resultado. 

Outro exame que vem sendo adotado por alguns especialistas e que fornece a informação sobre eventuais oscilações é o de monitorização contínua da glicemia, feito por meio de um aparelho, parecido com um pager, que realiza medições constantes por um período de cinco a sete dias.
Um dos adeptos desse sistema é o endocrinologista Maurício Aguiar de Paula, consultor médico da Associação de Diabetes de Sorocaba (ADS). Ele explica que existem dois tipos de equipamentos: o CGMS- sigla para Sistema de Monitorização Contínua de Glicemia - que fornece por meio de um sensor dados de cerca de 280 medições diárias da glicemia. 

Outro equipamento é o Guardian Real Time que, além de fornecer dados sobre essas medições, permite que o paciente interaja, modificando alimentação, atividade ou dosagem de medicamento, para correção de eventuais índices glicêmicos.
"Esses equipamentos fornecem ao médico um quadro detalhado sobre a glicemia durante 24 horas e, como são acrescidos de informações inseridas pelo paciente quanto à alimentação e outras atividades, dão condições para se analisar o que interfere na ocorrência de hipo ou hiperglicemias e, conseqüentemente, fazer um ajuste fino no tipo e doses de medicamentos", explica Aguiar.
Ele acrescenta que, quando o equipamento dá também informações em tempo real, o paciente fica sabendo imediatamente o que está ocorrendo e, se necessário, entra em contato com o médico para uma correção de dose emergencial.
O endocrinologista afirma que a medição contínua da glicose é aconselhada para todo tipo de paciente, seja tipo 1 ou tipo 2, usuário ou não de insulina. "O impeditivo é basicamente de custos, que variam de R$ 250,00 a R$ 400,00, já que nem todos os convênios remuneram esse tipo de exame", enfatiza o médico.
Em função dessa restrição, muitas vezes o teste de monitoramento contínuo tem sido mais usado em pacientes que necessitam de um ajuste fino de doses de medicamento, ou seja, para aqueles que já chegaram a um resultado de A1C de 7% ou 8% e precisam de pequenos ajustes para restabelecer índices abaixo dos 7%. 

Aguiar também considera essencial a aplicação desse teste em diabéticas gestantes, que podem apresentar glicemia média (A1c) em torno dos 7%, mas podem passar por períodos de forte hipoglicemia, principalmente durante a madrugada, quando o problema muitas vezes nem é percebido pela gestante.
Segundo o médico, o uso dos equipamentos para a realização desse teste não causa reações adversas. O sensor, de uso individual, contém um reagente químico que se esgota ao final do período do teste e não causa alergia. 

O equipamento, que fica acoplado ao corpo em um de seus modelos - e pode ficar à distância no segundo modelo, que tem transmissão de dados por frequência de rádio -, não é pesado e não impede a realização de tarefas de rotina.
"O sensor tem de ser protegido na hora do banho e o equipamento fica dentro de uma bolsa para não ser molhado, mas é possível até mesmo ficar imerso em água durante 20 minutos com o modelo que tem transmissão à distância", acrescenta o especialista.

Fonte : Diabetes Nós Cuidamos
Edição: F.C.
20.05.2010

Vigilância Sanitária alerta para perigo de usar remédio contra diabetes para emagrecer

O alerta foi publicado no Diário Oficial depois da análise de mais de dois mil relatórios que indicam os efeitos colaterais desses remédios. 
A Vigilância Sanitária de São Paulo emitiu um alerta para os médicos que receitam remédios para o tratamento de diabetes tipo 2. Muitas pessoas estão usando esses remédios para emagrecer.
Na mira da Vigilância Sanitária, uma lista de dez medicamentos, com sete princípios ativos: liraglutida, exenatida, linagliptina, metformina, saxagliptina, sitagliptina e vildagliptina.
O alerta foi publicado no Diário Oficial do estado de São Paulo no dia 12 de março, depois da análise de mais de dois mil relatórios que indicam os efeitos colaterais desses remédios.
Para o coordenador do núcleo de estudos da Vigilância Sanitária, a situação é grave. “A gente tem percebido, principalmente, a ocorrência de pancreatite, alguns casos de câncer pancreático e também reações adversas na tireoide, como neoplasia de tireoide”, revela Adalton Guimarães Ribeiro, diretor do núcleo de estudos da Vigilância Sanitária de São Paulo.
É o câncer da tireoide. Por isso, no texto há, inclusive, a recomendação para que os pacientes que tratam o diabetes tipo 2 com esses remédios façam exames das funções da tireoide e do pâncreas periodicamente.
O alerta da Vigilância Sanitária vem quatro anos depois da entrada desses medicamentos ao mercado. E tem um motivo. É que nesse período esses remédios ficaram populares porque eles também têm outro efeito: eles causam o emagrecimento.
Algumas farmácias vendem os medicamentos sem receita. Para quê? A balconista responde na hora para o nosso produtor.
Balconista: Também. Vende muito para emagrecer, principalmente esse primeiro aqui. Ele ajuda muito.
Um dos mais vendidos é um que parece uma caneta, mas é uma seringa para aplicar o remédio direto na barriga. O uso desses remédios para a perda de peso preocupa a Associação Médica Brasileira.
“O que nós entendemos correto é que essa medicação só seja dispensada com a receita do médico. O que não é admissível é a pessoa simplesmente por ter dinheiro suficiente para comprar a medicação, chegar no balcão da farmácia, comprar e se automedicar”, afirma José Bonamigo, diretor da Associação Médica Brasileira. 

sexta-feira, 28 de março de 2014

Conheça todos os tipos de diabetes

DIABETES. Nome dado a diversas doenças caracterizadas pelo acentuado aumento de secreção urinária, de fome e de sede intensas. Existem vários tipos de diabetes cujas causas e origens são às vezes muito diferentes. O termo isolado designa geralmente o diabetes sacarino, que é o mais freqüente. 
DIABETES BRONZEADO. Também denominado hemocromatose e cirrose pigmentária. Doença rara, caracterizada por coloração bronzeada, pardacenta e metálica da pele e dos órgãos internos, devido principalmente a depósitos de hemossiderina, substância ferruginosa derivada da hemoglobina. Manifesta-se também uma cirrose com hipertrofia do fígado, bem como um diabetes açucarado, que resiste ao tratamento da insulina. Essa doença ataca sobretudo os homens idosos. Suas origens são diversas: anomalia hereditária, excesso de álcool, alimentação demasiadamente rica em ferro, anemia com destruição dos glóbulos vermelhos, etc. O tratamento dos sintomas diabéticos é semelhante ao do diabetes açucarado, exceto no que concerne a insulina. São empregadas substâncias que eliminam o ferro do organismo 
DIABETES INSÍPIDO. Doença rara, caracterizada por emissão abundante e freqüente de urina clara e de fraca densidade (poliúria), embora não haja lesão renal ou glicose no sangue. Às vezes o diabetes insípido está ligado a urna afecção do diencéfalo e do lobo posterior da hipófise, que não produz quantidade suficiente de hormônios antidiuréticos, a vasopressina. Essa doença é, pois, essencialmente diferente do diabetes sacarino. A emissão de urina, cuja quantidade pode atingir de 10 a 20 litros por dia, não cessa, mesmo quando se suprimem os líquidos e a sede torna-se intolerável. A desidratação decorrente da perda de líquido pode ter conseqüências extremamente graves. O tratamento está baseado na reposição do hormônio antidiurético, via injetável. 
DIABETES RENAL. Alteração sem gravidade, caracterizada pela presença de grande quantidade de glicose na urina, mas de glicemia normal, ao contrário do diabetes sacarino. A eliminação da glicose pelo rim é anormalmente abundante, embora a taxa de glicose no sangue seja normal. Não se trata propriamente de diabetes, e sim, de anomalia na absorção da glicose pelo rim.

DIABETES SACARINO. Trata-se de uma doença crônica caracterizada pela presença de grande quantidade de glicose no sangue (hiperglicemia), provocando uma eliminação abundante de glicose pela urina (glicosúria), causando grandes distúrbios metabólicos, que se não tratados pode levar até ao coma. O diabetes é provocado por uma perturbação do metabolismo dos glicídios (açúcares ou hidratos de carbono), pois o organismo diabético fica incapacitado de aproveitar normalmente essas substâncias pelo fato do pâncreas não produzir quantidade suficiente de insulina ou o transporte da glicose para o interior da célula está prejudicado. Essa doença do metabolismo é muito freqüente, sobretudo nos países civilizados, de alto padrão de vida. Com efeito, ela é desencadeada pela vida sedentária, obesidade, hábitos alimentares impróprios, pela fadiga intelectual e por choques emocionais, que provocam uma descarga adrenalina e de glucagon (hormônios antagonistas insulina). 
Uma alimentação excessiva, muito rica calorias e em glicídios, é também responsável pela doença.
Há uma relação estreita e profunda entre a obesidade, diabetes açucarado e a gota. A hereditariedade exerce, também, papel preponderante no diabetes, uma vez que essa doença é transmitida por um gene recessivo e, consequentemente, uma criança nascida de pais diabéticos (principalmente de mãe diabética) tem probabilidades de se tornar também um diabético. Alguns fatores endócrinos podem também intervir para provocar ou favorecer a aparição do diabetes, como a hipersecreção do hormônio antidiurético da hipófise, o hipertireodismo, etc. Uma infecção generalizada sempre agrava o diabetes já existente e o diabetes predispõe à infecção. Há duas grandes formas do diabetes:
a) o diabetes adulto, tipo II, mais comum, que ataca o indivíduo após os cinqüenta anos, cujo pâncreas pode ter capacidade de fornecer quantidade suficiente de insulina ao organismo, porém o aproveitamento da glicose pela célula está prejudicado. O diabetes adulto instala-se progressivamente e se manifesta através de uma inflamação crônica dos dentes ou da pele (furúnculos), uma tendência a dermatoses pruginosas, localizadas principalmente nas partes genitais do homem e da mulher, e de aparição de catarata, doenças cardio-vasculares. Todos indivíduos após os 50 anos devem anualmente realizar dosagem da glicose, buscando detectar precocemente alterações que possam diagnosticar eventual diabetes tipo II. As diversas perturbações nervosas (nevralgias, perda de memória, lassidão, sonolência, quedas inexplicáveis), a impotência, a amenorréia, a esterilidade, a arteriosclerose generalizada e a hipertensão podem, igualmente, levar a um possível diagnóstico tardio do diabetes. O diabetes do adulto é relativamente benigno; um simples regime de restrição alimentar é, às vezes, suficiente para seu equilíbrio.
b) O diabetes juvenil ou tipo I ataca principalmente as crianças, os adolescentes e os indivíduos jovens. Muito mais grave, ele se manifesta brutalmente por sintomas bem definidos: sede intensa, grande fadiga, vômitos, diarréias, emagrecimento, emissão abundante de urina, que muitas vezes pode causar a enurese, dores musculares, furúnculos, perturbações da visão, mau hálito, etc. Às vezes o aparecimento do coma diabético numa criança aparentemente de boa saúde é o primeiro sinal da doença. O coma diabético é fatal quando não tratado a tempo. O diabetes sacarino diminui consideravelmente a resistência do organismo contra infecções, dai resultando numerosas complicações: alteração do fígado, do baço, do sistema nervoso e do músculo cardíaco, arteriosclerose, impotência, perturbações visuais, etc. Trata-se o diabetes adulto com atividade física e um regime alimentar pobre em hidratos de carbono. Caso necessário, utiliza-se de insulina, da qual o paciente geralmente fica dependente. Em princípio, o diabetes não é doença curável. Entretanto, podem-se afastar os perigos que ela acarreta, com tratamento e dietas adequadas, possibilitando o doente de levar uma vida quase normal. O tratamento médico do diabetes juvenil consiste na administração rigorosa de insulina (insulina comum, insulina-zinco com protamina). A insulina só pode ser ministrada atualmente por injeções, pois ela é destruída pelo suco gástrico. A medicina utiliza também medicamentos hipoglicemiantes, administradas por via oral, sendo mais usados em diabetes tipo II.
Todo diabético deve ser orientado para a observação de sintomas de hipo e hiperglicemia, carregando consigo algo doce para eventual hipoglicemia.
Existem em todos os países associações de diabéticos e, em algumas delas, colônias de férias para crianças diabéticas. O diabético pode submeter-se, sem perigo, a qualquer tipo de operação, desde que o anestesista tenha conhecimento prévio de seu caso e o paciente estaja equilibrado por ocasião do ato cirúrgico. De qualquer modo, os diabéticos devem levar juntamente com seus documentos de identidade uma ficha com o resumo dos dados referentes a seu caso. Tratando-se de crianças, o tratamento com insulina e um regime dietético devem ser cuidadosamente adaptados a cada caso. O diabetes juvenil acarreta problemas psicológicos e sociais, que pais e educadores devem esforçar-se por resolver com o auxílio dos médicos e da assistência de organizações especializadas. É importante que a criança diabética seja instruída o quanto antes possível sobre a doença, observe seu regime, aprenda a fazer seu próprio exame de urina e, se possível, aplicar em si mesma injeção de insulina. Os pais devem orientar o doente, para que ele possa levar vida normal, tão normal quanto possível. As Insulinas por spray e os transplantes de pâncreas (órgãos totais e de ilhotas) hoje abrem novas perspectivas para os diabéticos graves. 
DIABETES SACARINO. Trata-se de uma doença crônica caracterizada pela presença de grande quantidade de glicose no sangue (hiperglicemia), provocando uma eliminação abundante de glicose pela urina (glicosúria), causando grandes distúrbios metabólicos, que se não tratados pode levar até ao coma. O diabetes é provocado por uma perturbação do metabolismo dos glicídios (açúcares ou hidratos de carbono), pois o organismo diabético fica incapacitado de aproveitar normalmente essas substâncias pelo fato do pâncreas não produzir quantidade suficiente de insulina ou o transporte da glicose para o interior da célula está prejudicado. Essa doença do metabolismo é muito freqüente, sobretudo nos países civilizados, de alto padrão de vida. Com efeito, ela é desencadeada pela vida sedentária, obesidade, hábitos alimentares impróprios, pela fadiga intelectual e por choques emocionais, que provocam uma descarga adrenalina e de glucagon (hormônios antagonistas insulina).
Uma alimentação excessiva, muito rica calorias e em glicídios, é também responsável pela doença.
Há uma relação estreita e profunda entre a obesidade, diabetes açucarado e a gota. A hereditariedade exerce, também, papel preponderante no diabetes, uma vez que essa doença é transmitida por um gene recessivo e, consequentemente, uma criança nascida de pais diabéticos (principalmente de mãe diabética) tem probabilidades de se tornar também um diabético. Alguns fatores endócrinos podem também intervir para provocar ou favorecer a aparição do diabetes, como a hipersecreção do hormônio antidiurético da hipófise, o hipertireodismo, etc. Uma infecção generalizada sempre agrava o diabetes já existente e o diabetes predispõe à infecção. Há duas grandes formas do diabetes:
a) o diabetes adulto, tipo II, mais comum, que ataca o indivíduo após os cinqüenta anos, cujo pâncreas pode ter capacidade de fornecer quantidade suficiente de insulina ao organismo, porém o aproveitamento da glicose pela célula está prejudicado. O diabetes adulto instala-se progressivamente e se manifesta através de uma inflamação crônica dos dentes ou da pele (furúnculos), uma tendência a dermatoses pruginosas, localizadas principalmente nas partes genitais do homem e da mulher, e de aparição de catarata, doenças cardio-vasculares. Todos indivíduos após os 50 anos devem anualmente realizar dosagem da glicose, buscando detectar precocemente alterações que possam diagnosticar eventual diabetes tipo II. As diversas perturbações nervosas (nevralgias, perda de memória, lassidão, sonolência, quedas inexplicáveis), a impotência, a amenorréia, a esterilidade, a arteriosclerose generalizada e a hipertensão podem, igualmente, levar a um possível diagnóstico tardio do diabetes. O diabetes do adulto é relativamente benigno; um simples regime de restrição alimentar é, às vezes, suficiente para seu equilíbrio.
b) O diabetes juvenil ou tipo I ataca principalmente as crianças, os adolescentes e os indivíduos jovens. Muito mais grave, ele se manifesta brutalmente por sintomas bem definidos: sede intensa, grande fadiga, vômitos, diarréias, emagrecimento, emissão abundante de urina, que muitas vezes pode causar a enurese, dores musculares, furúnculos, perturbações da visão, mau hálito, etc. Às vezes o aparecimento do coma diabético numa criança aparentemente de boa saúde é o primeiro sinal da doença. O coma diabético é fatal quando não tratado a tempo. O diabetes sacarino diminui consideravelmente a resistência do organismo contra infecções, dai resultando numerosas complicações: alteração do fígado, do baço, do sistema nervoso e do músculo cardíaco, arteriosclerose, impotência, perturbações visuais, etc. Trata-se o diabetes adulto com atividade física e um regime alimentar pobre em hidratos de carbono. Caso necessário, utiliza-se de insulina, da qual o paciente geralmente fica dependente. Em princípio, o diabetes não é doença curável. Entretanto, podem-se afastar os perigos que ela acarreta, com tratamento e dietas adequadas, possibilitando o doente de levar uma vida quase normal. O tratamento médico do diabetes juvenil consiste na administração rigorosa de insulina (insulina comum, insulina-zinco com protamina). A insulina só pode ser ministrada atualmente por injeções, pois ela é destruída pelo suco gástrico. A medicina utiliza também medicamentos hipoglicemiantes, administradas por via oral, sendo mais usados em diabetes tipo II.
Todo diabético deve ser orientado para a observação de sintomas de hipo e hiperglicemia, carregando consigo algo doce para eventual hipoglicemia.
Existem em todos os países associações de diabéticos e, em algumas delas, colônias de férias para crianças diabéticas. O diabético pode submeter-se, sem perigo, a qualquer tipo de operação, desde que o anestesista tenha conhecimento prévio de seu caso e o paciente estaja equilibrado por ocasião do ato cirúrgico. De qualquer modo, os diabéticos devem levar juntamente com seus documentos de identidade uma ficha com o resumo dos dados referentes a seu caso. Tratando-se de crianças, o tratamento com insulina e um regime dietético devem ser cuidadosamente adaptados a cada caso. O diabetes juvenil acarreta problemas psicológicos e sociais, que pais e educadores devem esforçar-se por resolver com o auxílio dos médicos e da assistência de organizações especializadas. É importante que a criança diabética seja instruída o quanto antes possível sobre a doença, observe seu regime, aprenda a fazer seu próprio exame de urina e, se possível, aplicar em si mesma injeção de insulina. Os pais devem orientar o doente, para que ele possa levar vida normal, tão normal quanto possível. As Insulinas por spray e os transplantes de pâncreas (órgãos totais e de ilhotas) hoje abrem novas perspectivas para os diabéticos graves. 
DIABETES BRONZEADO. Também denominado hemocromatose e cirrose pigmentária. Doença rara, caracterizada por coloração bronzeada, pardacenta e metálica da pele e dos órgãos internos, devido principalmente a depósitos de hemossiderina, substância ferruginosa derivada da hemoglobina. Manifesta-se também uma cirrose com hipertrofia do fígado, bem como um diabetes açucarado, que resiste ao tratamento da insulina. Essa doença ataca sobretudo os homens idosos. Suas origens são diversas: anomalia hereditária, excesso de álcool, alimentação demasiadamente rica em ferro, anemia com destruição dos glóbulos vermelhos, etc. O tratamento dos sintomas diabéticos é semelhante ao do diabetes açucarado, exceto no que concerne a insulina. São empregadas substâncias que eliminam o ferro do organismo. 
DIABETES INSÍPIDO. Doença rara, caracterizada por emissão abundante e freqüente de urina clara e de fraca densidade (poliúria), embora não haja lesão renal ou glicose no sangue. Às vezes o diabetes insípido está ligado a urna afecção do diencéfalo e do lobo posterior da hipófise, que não produz quantidade suficiente de hormônios antidiuréticos, a vasopressina. Essa doença é, pois, essencialmente diferente do diabetes sacarino. A emissão de urina, cuja quantidade pode atingir de 10 a 20 litros por dia, não cessa, mesmo quando se suprimem os líquidos e a sede torna-se intolerável. A desidratação decorrente da perda de líquido pode ter conseqüências extremamente graves. O tratamento está baseado na reposição do hormônio antidiurético, via injetável. 
DIABETES RENAL. Alteração sem gravidade, caracterizada pela presença de grande quantidade de glicose na urina, mas de glicemia normal, ao contrário do diabetes sacarino. A eliminação da glicose pelo rim é anormalmente abundante, embora a taxa de glicose no sangue seja normal. Não se trata propriamente de diabetes, e sim, de anomalia na absorção da glicose pelo rim

IMPORTANTE
  •  Procure o seu médico para diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. 
  • As informações disponíveis no site da Dra. Shirley de Campos possuem apenas caráter educativo.
Publicado por: Dra. Shirley de Campos

Agave

Agave é um género de plantas suculentas da família Agavaceae, originárias sobretudo do México e em menor grau dos Estados UnidosAmérica Central e América do Sul. é composto por 183 espécies, algumas das quais largamente cultivadas como o Agave sisalana (para produção de sisal), Agave tequilana (para a produção de tequila), Agave americana e Agave attenuata para fins ornamentais.
Agave attenuata.

Etimologia e História[editar | editar código-fonte]

Agave é derivada do grego "agavos", que significa "ilustre", adotado pelos meados do século XVIII; trata-se do nome mítico de uma filha de Cadmo. Da cultura Asteca, a deusaMayheul, representada como Agave como símbolo, cuja adeusa representa longitividade, saúde, festividade e fertilidade. Para o povo Nahuatl, os habitantes originais do oeste doMéxico, a planta era adorada, representando o poder terreno da deusa Mayaheul sobre o vento, a chuva e a colheitas. Na História, restos humanos que datam pelo menos 10.000 anos mostram os primeiros usos de Agave para alimentos e fibras. Parte da cultura humana desde antiguidade, quando os conquistadores espanhóis chegaram em 1492. Por 1520, foi exportado para o Velho Mundo, onde foi mencionado como um alimento dos astecas e nativos no códice florentino de 1580. No final dos anos 1400 e início dos anos 1500, os conquistadores espanhóis encontraram o povo Nahuatl produzido uma bebida fermentada chamada de "pulque", que era feita com a fermentação da planta agave, usada principalmente em cerimônias religiosas e para fins medicinais.1

Glicemia

GLICEMIA É A QUANTIDADE DE AÇÚCAR NO SANGUE EM UM DADO MOMENTO.

Esta quantidade varia durante o dia. Por exemplo, após uma refeição, a glicemiasobe, uma vez que ingerimos açúcares; quando dormimos, a glicemia desce, já que estamos gastando energia em forma de açúcar para manter o corpo funcionando e não ingerimos nenhum alimento.

Não existe um valor único ideal de glicemia. Ela varia de pessoa para pessoa, de acordo com os hábitos de vida e de alimentação, idade, sexo, dentre outros fatores. Então, quando falamos em glicemia, sempre estamos nos referindo a uma faixa de valores.
picada glicosímetro diabetes
Quase todo diabético conhece este aparelhinho para medir glicemia: o glicosímetro.
Por exemplo, a glicemia de jejum considera normal encontra-se na faixa de 70 a 110 mg de glicose para cada dL de sangue (apesar de parecerem um pouco estranhas, estas unidades são as mais usadas pelos aparelhos medidores de glicemia encontrados no Brasil!). Caso a glicemia de jejum de uma pessoa esteja acima de 126mg/dL, já se considera que ela tem diabetes. Vale lembrar que estes valores variam ao longo dos anos, conforme a Ciência entende melhor as causas e efeitos do diabetes, e de acordo com a entidade médica consultada.
Acompanhe abaixo os valores utilizados como base para o diagnóstico de diabetes, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (2011):

NormalPré-diabetesDiabetes
Glicemia em jejum<99 mg/dL100-125 mg/dL>= 126mg/dL
Glicemia 2h após 75g de glicose<139 mg/dL140-199 mg/dL>= 200 mg/dL
Hemoglobina glicada-5,7 – 6,4%> 6,5%
Glicemia casual-->= 200 mg/dL*
*com sintomas de diabetes

O açúcar que diminui a glicemia

 Redação Diabeticool

Pesquisa descobre que açúcar naturalmente presente na planta da tequila não aumenta a glicemia e ainda estimula a produção de insulina.
tequila agavin diabetes
Um açúcar que não aumenta a GLICEMIA – seria possível?
Uma pesquisa mexicana, da Universidade de Guanajuato, diz que a resposta é sim! Seu nome é agavin, um açúcar encontrado naturalmente no Agave – mesma planta usada para a produção da Tequila. Como ele não é absorvido pelo nosso organismo, não afeta os níveis de glicose no sangue e pode agir como uma fibra, efeito ideal para quem tem diabetes.
“Nossa pesquisa é a primeira que testou o agavin como adoçante”, diz Mercedes López, autora do estudo.“Nós descobrimos que, além de não aumentar a glicemia, ele aumenta a secreção de GLP-1”. O GLP-1 (glucagon-like peptide-1) é um hormônio que estimula a produção de insulina, portanto está relacionado à redução da glicemia.
pinha do agave diabetes
As pinhas do agave – parte utilizada para fazer a tequila – têm o tamanho de uma bola de basquete e podem chegar a pesar mais de 20kg!
Em sua pesquisa, López adicionou agavin na água de ratos de laboratório, que foram alimentados com uma dieta normal, e acompanhou o peso e a glicemia dos animais ao longo de semanas. Quando comparados com ratos que beberam água com outros açúcares – como glicose, sacarose, frutose e aspartame – os ratos que ingeriram agavin comeram menos, perderam peso e tiveram menores níveis de glicemia.
Para evitar confusões, é importante lembrar que o agavin não é igual ao néctar, xarope, extrato ou à calda de agave. Esses produtos, que já são comercializados e muitas vezes usados como adoçantes, contêm frutose, que é absorvida pelo organismo e aumenta a glicemia. O agavin também tem frutose, mas de uma forma diferente: elas estão ligadas entre si e formam cadeias tão longas que nosso organismo não consegue absorvê-las. Essas cadeias são chamadas de frutanos. Elas são benéficas para a flora intestinal e, por não serem absorvidas, podem fazer um papel parecido com o das fibras alimentares.
“O agavin é melhor que adoçantes artificiais, que são absorvidos pelo corpo e podem causar efeitos colaterais, como dor de cabeça”, diz López. “O agavin não é caro e não possui efeitos colaterais conhecidos, exceto em pessoas que são intolerantes a ele. Sua única desvantagem é que não é tão doce como os adoçantes artificiais”.
Como o estudo foi feito em animais, ainda são necessários testes em humanos antes que o agavin possa ser vendido. Seu potencial para quem tem diabetes é indiscutível, mas infelizmente talvez ainda demore até que seja possível encontrá-lo nas prateleiras de supermercados.

quinta-feira, 27 de março de 2014

PROTOCOLO DE ENFERMAGEM "Diabetes Mellitus"

PROTOCOLO DE ENFERMAGEM "Diabetes Mellitus"

DM1 em crianças e adolescentes


Dicas Práticas e Saudáveis para o dia a dia.
 Ter uma infância e adolescência normal é o que toda equipe multiprofissional deseja ao paciente diabético.
Sabemos que, quando o diagnóstico é feito, milhões de dúvidas surgem em relação à futura rotina da criança, e que desmistificar essa doença, também é nosso papel. Portanto, vamos responder algumas perguntas mais comuns feitas pelos pais:

Como meu filho vai frequentar a escola? E se apresentar hipoglicemia?

Todo paciente diabético tem direito a uma vida normal e deve lidar com as diferenças desde cedo. Sua participação curricular ou extracurricular deverá ser como a de toda criança ou adolescente, porém suas singularidades e necessidades específicas deverão ser priorizadas. Conhecer a doença, suas consequências e seguir as orientações dadas pelos pais são fatores necessários para os professores, amigos e todas as pessoas que cercam a criança ou adolescente. Desta forma, caso necessite de auxílio, como por exemplo, em uma crise de hipoglicemia (baixos níveis de açúcar no sangue), todos estarão aptos a tomar as devidas providências. A criança deverá perceber que poderá realizar todas as suas atividades normalmente, mas sempre tomando mais cuidado.

O que o meu filho poderá comer na escola?

Um lanche saudável, como todas as outras crianças da escola. A criança deverá consumir produtos sem adição de açúcar. Frutas, iogurtes e sucos naturais devem sempre estar presentes. Deve-se dar preferência aos pães integrais e embutidos com baixo índice de gordura saturada e diminuir a ingestão de alimentos feitos com gordura trans como salgadinhos e bolachas recheadas. Em situações especiais, como festas, devemos orientar que a criança poderá, sim, comer uma fatia de bolo ou doces de forma moderada. Porém, os profissionais devem estar atentos a informar a quantidade ingerida e como corrigir o excesso de carboidrato consumido.

Devo retirar meu filho da educação física?

A atividade física deve ser feita regularmente pois auxilia no controle do peso, melhora a utilização de insulina pelo organismo, facilitando o controle da glicemia. Geralmente, o paciente deverá fazer uma glicemia capilar ("picadinha") antes de comer um lanche que contenha carboidrato. Os professores de educação física devem ficar atentos quanto às possíveis complicações como a hipoglicemia.

Caso passe mal e os professores não saibam o que está ocorrendo, o quê deverá ser feito? 
Se não houver aparelho de glicosímetro por perto para medir a glicemia capilar, o melhor é tratar como se fosse uma hipoglicemia (caso esteja inconsciente, nunca colocar alimento em sua boca), avisar imediatamente seus responsáveis e se necessário requisitar o serviço de emergência (SAMU 192).

E se ele pedir para dormir na casa do amigo, ou participar de um acampamento com a escola, posso deixar?

Sim, desde que os pais da outra criança ou os professores e monitores do acampamento também estejam familiarizados com a doença. O pouco conhecimento sobre essa doença faz com que surjam muitas dúvidas e medos, interferindo no convívio da criança com seus colegas. Por isso, a existência de centros especializados, formados por equipes multiprofissionais é de vital importância, pois, além do tratamento, também são fornecidos subsídios para desmistificar a doença e tornar a vida do paciente e de seus familiares muito mais simples e harmoniosa.

Oito cuidados que o paciente com diabetes deve ter ao praticar exercícios físicos



Atividade física é capaz de reduzir a dose necessária de insulina e medicamentos


POR MANUELA PAGAN 


 Aplicação de insulina, dieta rígida, avaliações constantes da glicemia: conviver com o diabetes não é tarefa das mais fáceis. Mas são justamente esses cuidados que tornam a vida dos 10 milhões de brasileiros que, segundo o Ministério da Saúde, possuem a doença com muito mais qualidade. "Com os devidos cuidados, a pessoa com diabetes pode fazer tudo o que uma pessoa saudável é capaz de fazer, inclusive exercícios físicos", explica o endocrinologista Sérgio Vêncio, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). 

A atividade física faz parte do tratamento não farmacológico, aquele que vai além dos remédios. "O exercício auxilia no ajuste do controle glicêmico e reduz a dose necessária de insulina e medicamentos orais, além de diminuir o percentual de gordura e aumentar a massa magra", conta a educadora física Luciana Mendonça Arantes, do Centro Avançado de Recuperação e Estética Rio Claro (CARE). Aproveite o dia Mundial do Diabetes (14 de novembro) para calçar o tênis e correr para a academia, mas com todos os cuidados necessários. Nós te contamos quais são. 


Médico - foto: Getty Images

Auxílio profissional

Consultar um médico antes de iniciar uma atividade física é um cuidado obrigatório para qualquer pessoa. Para o paciente de diabetes, vale o mesmo. O endocrinologista Sérgio Vêncio conta que o aval médico é ainda mais importante para quem tem risco para doença cardiovascular ou mais de 40 anos. A atividade física deve ser preferencialmente supervisionada por educador físico, o profissional apto a definir intensidade, duração e o tipo de exercício físico, tornando-o mais eficiente e seguro. Mas o especialista recomenda: "Nos casos em que não for viável o acompanhamento desse profissional, a atividade física não deve ser evitada, mas realizada de acordo com a recomendação médica".
Bicicleta - foto: Getty Images

Tempo e frequência

Nada de passar horas na academia, segundo a educadora física Luciana Mendonça, 60 minutos de exercícios físico diários, com frequência de no mínimo três vezes por semana, são comprovadamente suficientes para melhorar os níveis de glicose no sangue do paciente. Mas se você gosta de malhar, não existem limitações. O portador de diabetes - devidamente controlado - pode praticar exercícios durante o mesmo tempo, frequência e intensidade que qualquer outra pessoa.
Cansaço durante a corrida - foto: Getty Images

Para controlar a glicemia

A endocrinologista Vivian Estefan, do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, conta que a redução dos índices de glicemia é um dos efeitos mais significativos da atividade física no diabetes. A glicose é fonte predominante de energia nos 30 primeiros minutos de exercício. Assim, a atividade física tem função parecida com a insulina quanto à utilização de glicose pela célula. 


A realização de exercícios físicos estimula a secreção de alguns hormônios, como o cortisol e o GH (hormônio do crescimento). Em consequência, o fígado produz glicose, o que pode aumentar a glicemia. Por outro lado, o exercício aumenta a sensibilidade dos tecidos corporais à insulina ? fazendo com que o corpo metabolize a glicose com mais facilidade. O corpo age como uma balança frente ao exercício: alguns processos físicos aumentam a glicemia, enquanto outros diminuem. 
http://www.minhavida.com.br/

Diabetes: oito respostas para o paciente que recebeu o diagnóstico




Médicos tiram dúvidas sobre consumo de açúcar, insulina e a reversão da doença





Uma pesquisa realizada pela Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo divulgou um dado assustador: uma pessoa morre a cada hora vítima de complicações do diabetes. No entanto, o levantamento não detalha se estas pessoas sabiam que eram portadoras da doença, algo muito comum. O diabetes é considerado uma doença silenciosa, pois só vai dar seus primeiros sinais quando já está instalada.

Dados do Ministério da Saúde apontam que cerca de 13 milhões de brasileiros sofrem com a doença. Além disso, um levantamento do Instituto Ipsos em parceria com a empresa farmacêutica Novo Nordisk mostra que aproximadamente 10% dos brasileiros corre alto risco de desenvolver a doença, se não mudarem seus hábitos. Se você acabou de receber o diagnóstico de diabetes ou conhece alguém que tem a doença, veja abaixo as respostas dos especialistas para as dúvidas mais comuns no consultório quando um paciente recebe o diagnóstico: 

mulher segurando um tubo de sangue - Foto: Getty Images

O médico disse que eu estou com diabetes. Como ele faz o diagnóstico?

Existem alguns exames que auxiliam o médico a chegar ao diagnóstico de diabetes. Os principais são os exames de glicemia de jejum - que mede a quantidade de açúcar no seu sangue no momento da retirada - e a hemoglobina glicada (HbA1c), que mostra a média de concentração de glicose no sangue nos 60 dias precedentes ao exame. A Sociedade Brasileira de Diabetes considera o diagnóstico de diabetes nas seguintes condições: hemoglobina glicada acima de 6,5% confirmada em outra ocasião (dois testes alterados), uma dosagem de HbA1c associada a glicemia de jejum maior que 200 mg/dl ou dois testes alterados para glicemia de jejum. Em todos os casos, é importante que os exames alterados estejam relacionados à presença de sintomas de diabetes, tais como urinar várias vezes ao dia, sede intensa e desidratação. Outro exame que serve para o diagnóstico do diabetes é a curva glicêmica, que determina a capacidade que o corpo tem de processar grandes quantidades de glicose. Além de serem feitos para o diagnóstico, esses exames também funcionam para acompanhamento da doença, devendo ser feitos periodicamente pelos pacientes.  
pessoa verificando a glicemia - Foto: Getty Images

O médico disse que estou com pré-diabetes. Posso reverter esse quadro?

Sim. A pré-diabetes é um termo usado para indicar que o paciente tem potencial para desenvolver a doença, como se fosse um estado intermediário entre o saudável e o diabetes tipo 2 - pois no caso do tipo 1 não existe pré-diabetes, o indivíduo já nasce com a impossibilidade de produzir insulina. Quando o exame de glicemia do jejum encontra-se entre 100 e 125 mg/dL é diagnosticada a pré-diabetes, que pode ser revertida com a prática de atividade física, dieta saudável e redução do peso. Saindo desse quadro, a pessoa pode nunca mais entrar em risco para a doença, ou então apenas retardar seu aparecimento.  
homem pensando - Foto: Getty Images

Terei diabetes para o resto da vida?

Uma vez identificado o diabetes ou evoluído do pré-diabetes, a doença é considerada crônica porque não existe ainda uma cura definitiva para esse quadro clínico, mas há tratamento adequado e cuidados para o paciente conviver com a doença da melhor forma possível, com qualidade de vida e evitando complicações. "O diabetes indica uma alteração na produção e secreção de insulina pelo pâncreas, que não pode ser corrigida completamente, apenas minimizada com a adoção dos cuidados adequados", afirma a endocrinologista Cristina Formiga, do Hospital Samaritano, em São Paulo. Atualmente, existem um tipo de cirurgia bariátrica, o Bypass Gástrico, responsável por controlar de forma considerável o diabetes tipo 2. No entanto, ele só é recomendado para pessoas com obesidade avançada e doenças conjuntas, que não conseguem controlar o quadro com mudança de hábitos.  
avó, mãe e filha - Foto: Getty Images

Se eu tenho diabetes, meu filho também terá?

Não necessariamente. "Existem alterações no DNA que predispõe o indivíduo ter ou não diabetes, mas o meio ambiente também influencia", explica Cristina Formiga. Hábitos de vida saudáveis, como uma dieta adequada e prática de exercício físico, evitam o desenvolvimento de diabetes tipo 2 mesmo em quem tem predisposição genética. 
mulher aplicando insulina na barriga - Foto: Getty Images

Vou precisar tomar insulina?

Os pacientes recém-diagnosticados com diabetes tipo 2 não precisam necessariamente tomar insulina. "A necessidade de insulina depende do quanto o diabetes está descompensado, e isso pode ser avaliado por meio do exame de glicemia capilar (que mostra a quantidade de glicose que a pessoa tem naquele momento) ou do exame de hemoglobina glicada (que mostra a curva glicêmica durante 90 dias)", explica a endocrinologista Cristina. Para aqueles que possuem diabetes do tipo 1, a aplicação da insulina é necessária diariamente, já que o organismo do paciente não produz esse hormônio. "É importante ressaltar que a aplicação de insulina não promove qualquer tipo de dependência química ou psíquica", ressalta a nutricionista Patrícia Ramos, do Hospital Bandeirantes, em São Paulo. O hormônio é responsável por permitir a entrada da glicose na célula, que é sua fonte de energia. 
torrões de açúcar - Foto: Getty Images

Vou precisar cortar todo o açúcar da dieta?

A dieta ideal para o paciente de diabetes consiste em trocar o açúcar por adoçante e a farinha branca por integral. O carboidrato simples e o açúcar refinado dentro do nosso organismo se transformam em glicose de forma muito rápida, criando picos do nutriente no sangue e exigindo uma grande produção de insulina, que na pessoa com diabetes é deficiente. "Quando o paciente corta esses alimentos, o controle da doença é mais fácil, pois reduz a necessidade de insulina", explica a endocrinologista Cristina. No entanto, não é necessário eliminar completamente esses nutrientes da sua dieta, basta ingerir de forma controlada e em uma quantidade muito menor.  
homem bebendo cerveja - Foto: Getty Images

Poderei ingerir bebidas alcoólicas?

A ingestão de bebida alcoólica deve ser moderada. "O consumo de álcool, principalmente em jejum, pode levar à hipoglicemia, pois a substância tende a reduzir as taxas de glicose no sangue", explica a nutricionista Patrícia. Por outro lado, o abuso de álcool pode causar um quadro contrário, de hiperglicemia, já que as bebidas também contêm açúcar na composição. É importante fazer o monitoramento de glicemia antes e depois de consumir álcool e nunca beber de estômago vazio.  
exercícios - Foto: Getty Images

Preciso fazer atividade física?

É muito comum pensarmos que a diabetes é uma doença debilitante, que impede o paciente de seguir com suas atividades normais. Mas isso está longe de ser verdade: se o quadro estiver controlado, é possível conviver com a doença sem maiores problemas. E isso vale também para a atividade física, afirmam as especialistas. "O paciente com diabetes não só pode como deve fazer atividade física diária e com moderação", ensina a endocrinologista Cristina. Os exercícios controlam o índice glicêmico e ajudam na perda de peso, necessidade comumente associada à doença. Dessa forma, é possível reduzir o uso de insulina, inclusive para aqueles com diabetes tipo 1.
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