Carnes processadas, queijos e derivados do leite fazem parte dos
alimentos acidificantes.
Experiência mostra que 25% que seguiam a dieta mais acidificante
apresentavam um risco 56% maior de desenvolver diabetes tipo 2.
Alimentos ricos em proteínas animais e, portanto, acidificantes,
aumentariam sensivelmente o risco de diabetes tipo 2, a mais comum, revelou um
estudo publicado nesta terça-feira (12), por cientistas do Inserm.
O doutor Guy Fagherazzi, um dos autores do estudo publicado na revista
Diabetologia, da Associação Europeia de Estudo do Diabetes., comentou que
"este é o primeiro estudo a estabelecer um vínculo entre a carga ácida da
alimentação e um aumento significativo do risco de diabetes tipo 2".
A acidez do nosso organismo depende diretamente daquilo que comemos
e alguns alimentos teriam um efeito acidificante, enquanto outros teriam um
efeito basificante ou alcalinizante uma vez absorvidos pelo nosso organismo.
Ela é medida pela escala PRAL (sigla em inglês para carga ácida renal
potencial), que permite classificar os alimentos em função de sua carga ácida
ou básica.
Segundo o doutor Fagherazzi, as carnes, sobretudo aquelas processadas
industrialmente, assim como os queijos e os produtos derivados de leite fazem
parte dos alimentos mais acidificantes, enquanto as frutas e os legumes, ao
contrário, são alcalinizantes.
Os cientistas do Inserm (Instituto Nacional da Saúde e da Pesquisa
Médica francês) estudaram a alimentação de umas 66 mil mulheres filiadas ao
plano de saúde dos professores franceses MGEN (Mutuelle Générale de l'Education
nationale) durante um período de 14 anos, durante o qual 1.372 das estudadas
desenvolveram diabetes tipo 2.
Ao comparar a composição de sua alimentação e ao ajustar os resultados
para eliminar outros fatores de risco (especialmente obesidade, sedentarismo e
tabagismo), eles descobriram que 25% que seguiam a dieta mais
acidificante apresentavam um risco 56% maior de desenvolver diabetes tipo 2 em
comparação com as 25% de mulheres que seguiam uma alimentação mais
alcalinizante.
O risco aumentou 96% em mulheres de constituição física normal e que
ingeriam alimentos com carga ácida maior, enquanto a alta foi claramente menor
(28%) nas obesas ou com sobrepeso, o que leva a crer que "nas mulheres que
já apresentam riscos, o efeito da alimentação seria menor.
Para explicar o fenômeno, o cientista levantou a hipótese de que uma
dieta acidificante "ocasionaria um aumento do risco de resistência à
insulina, ou seja, a incapacidade do corpo de secretar insulina quando precisa
para regular a glicemia".
Ele admitiu, contudo, que outros trabalhos serão necessários para
confirmar os resultados deste primeiro estudo sobre o tema. Uma pesquisa
anterior, publicada em 2011, já tinha evocado a existência de um vínculo entre
a resistência à insulina e a carga ácida da alimentação.
Fonte: R7 Notícias, 2013
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