Porcos podem ser a salvação
de diabéticos
Pesquisadores estão testando
células de ilhotas suínas produtoras de insulina para tratar pessoas com
diabetes tipo 1
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Larry Greenemeier
Cortesia da MicroIslet Inc.
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ENCAPSULAMENTO DE ILHOTAS: A MicroIslet está
desenvolvendo ilhotas microencapsuladas para injeção na cavidade abdominal
como um tratamento possível para a diabetes tipo 1.
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A maioria das pessoas
provavelmente vê os porcos, na melhor das hipóteses, como uma fonte de
subsistência ou, na pior, como animais glutões. Mas parece que nossos amigos
suínos podem também ser valiosos na luta contra o diabetes tipo 1.
Pesquisadores estão realizando experiências com novas maneiras de colher
células de ilhotas produtoras de insulina em porcos para transplantá-las em
portadores do diabetes – na esperança de um dia reduzir a necessidade de doses
diárias de insulina e até mesmo substituí-las por tratamentos com células de
ilhotas duas vezes ao ano.
No diabetes tipo 1, o sistema imunológico ataca e destrói as células de ilhotas produtoras de insulina no pâncreas. A empresa de biotecnologia MicroIslet Inc., em San Diego, Califórnia, está desenvolvendo um tratamento em que as ilhotas suínas produtoras de insulina são implantadas no peritônio (membrana fina que reveste a cavidade abdominal) de uma pessoa, a partir de um cateter externo, passando por um tubo inserido no estômago.
“Os transplantes de ilhotas humanas também podem funcionar, mas o método não representa uma oportunidade comercial, em razão do acesso limitado ao pâncreas [alguém precisa morrer para se obter as células],” afirma Keith Hoffman, membro da diretoria da MicroIslet. Essa escassez significa que “milhões de pessoas” não têm acesso aos transplantes de ilhotas que poderiam colocar a diabetes sob controle, ele acrescenta.
No método de encapsulamento das células da MicroIslet (desenvolvido pela Duke University), as células de ilhotas suínas são isoladas do sistema imunológico humano com a ajuda de um escudo de alginato (um agente espessante derivado das algas marinhas), de modo que possam produzir insulina quando necessário sem serem destruídas por anticorpos humanos. Substâncias como a insulina, a glicose e o oxigênio são capazes de se passar livremente pelo alginato.
No diabetes tipo 1, o sistema imunológico ataca e destrói as células de ilhotas produtoras de insulina no pâncreas. A empresa de biotecnologia MicroIslet Inc., em San Diego, Califórnia, está desenvolvendo um tratamento em que as ilhotas suínas produtoras de insulina são implantadas no peritônio (membrana fina que reveste a cavidade abdominal) de uma pessoa, a partir de um cateter externo, passando por um tubo inserido no estômago.
“Os transplantes de ilhotas humanas também podem funcionar, mas o método não representa uma oportunidade comercial, em razão do acesso limitado ao pâncreas [alguém precisa morrer para se obter as células],” afirma Keith Hoffman, membro da diretoria da MicroIslet. Essa escassez significa que “milhões de pessoas” não têm acesso aos transplantes de ilhotas que poderiam colocar a diabetes sob controle, ele acrescenta.
No método de encapsulamento das células da MicroIslet (desenvolvido pela Duke University), as células de ilhotas suínas são isoladas do sistema imunológico humano com a ajuda de um escudo de alginato (um agente espessante derivado das algas marinhas), de modo que possam produzir insulina quando necessário sem serem destruídas por anticorpos humanos. Substâncias como a insulina, a glicose e o oxigênio são capazes de se passar livremente pelo alginato.
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TRATAMENTO DE CÉLULAS: O encapsulamento de
alginato da MicroIslet é projetado para proteger a ilhota (vermelho) contra
os linfócitos (amarelo) e os anticorpos (azul claro), ao mesmo tempo em que
permite que substâncias como a insulina, a glicose e o oxigênio passem
livremente pela membrana.
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A MicroIslet não é a única
companhia que está pesquisando um tratamento para o diabetes por meio de
xenotransplante (transplante entre espécies) encapsulado. A empresa de
biotecnologia australiana Living Cell Technologies, Ltd. está testando ilhotas
suínas neonatais encapsuladas em gel de alginato, o DiabeCell, que também podem
ser transplantadas para o tratamento de pacientes com diabetes que dependem de
doses de insulina. O primeiro paciente do DiabeCell recebeu o implante em junho
de 2007, e este ano a empresa planeja concluir seu ensaio clínico na Rússia. Já
MicroIslet pretende levar adiante esse procedimento, melhorando a durabilidade
das ilhotas microencapsuladas de modo que resistam à rápida deterioração (embora
permitindo que se mantenham plenamente sensíveis), para com isso ampliar o
intervalo entre os implantes.
A MicroIslet adverte que, embora acredite que o xenotransplante possa ser uma solução terapêutica para milhões de diabéticos em todo o mundo, provavelmente não substituirá as injeções de insulina para todos os portadores da doença. O transplante pode não ser adequado para alguns diabéticos e outros talvez tenham que continuar a tomar as injeções (embora com menos freqüência).
A MicroIslet adverte que, embora acredite que o xenotransplante possa ser uma solução terapêutica para milhões de diabéticos em todo o mundo, provavelmente não substituirá as injeções de insulina para todos os portadores da doença. O transplante pode não ser adequado para alguns diabéticos e outros talvez tenham que continuar a tomar as injeções (embora com menos freqüência).
Em 2005, o U.S. Centers for
Disease Control and Prevention (agência governamental americana de saúde)
estimou que cerca de 7% da população dos Estados Unidos (20,8 milhões de
pessoas) tinha diabetes (tipo 1 e 2) – e 6,2 milhões dessas pessoas não estavam
cientes disso. Cerca de 21% dos pacientes de diabetes do país têm 60 anos ou
mais. A Organização Mundial de Saúde estima que mais de 171 milhões de pessoas
são portadoras da diabetes em todo o mundo.
A MicroIslet testou seu procedimento em roedores normais e naqueles com sistema imunológico defeituoso, e atualmente está estudando os efeitos colaterais potenciais. “Os estudos preliminares com roedores foram elaborados para analisar a eficácia e a duração dos implantes”, afirma Amaresh Basu, vice-presidente de pesquisa e desenvolvimento da MicroIslet. Testes de xenotransplante de ilhotas suínas em primatas também estão em andamento.
Embora a perspectiva de transplantes de ilhotas suínas seja uma grande promessa e “uma das melhores opções para o tratamento do diabetes tipo 1”, o maior obstáculo virá da predisposição do sistema imunológico humano para aceitar as novas células, afirma Ewan McNay, professor assistente de medicina interna especializado em endocrinologia da Escola de Medicina da Yale University, em New Haven, Connecticut. “Esse é o caso de qualquer transplante”, acrescenta McNay. “Em primeiro lugar, a diabetes tipo 1 é uma doença autoimune, portanto é provável que essas células-tronco enfrentem os mesmos problemas que aquelas do pâncreas original encararam.”
A MicroIslet espera começar as experiências com xenotransplante em humanos no final do ano. Os candidatos para o procedimento serão pacientes de diabetes que receberam transplante de rim. “São pessoas que estão sofrendo dos mesmos problemas que atacaram seu rim original”, diz Hoffman.
A insulina de porco é uma boa candidata para o xenotransplante em humanos, pois se diferencia da insulina humana em apenas um único aminoácido. Embora a Food and Drug Administration (FDA), órgão de controle de remédios e alimentos dos Estados Unidos, tenha aprovado os xenotransplantes de órgãos suínos, ainda não está claro por quanto tempo essas novas ilhotas conseguirão se manter funcionais no organismo humano, afirma Hoffman. “Se durarem de seis meses a um ano, seria possível fazer o tratamento nesses intervalos”, explica.
A MicroIslet testou seu procedimento em roedores normais e naqueles com sistema imunológico defeituoso, e atualmente está estudando os efeitos colaterais potenciais. “Os estudos preliminares com roedores foram elaborados para analisar a eficácia e a duração dos implantes”, afirma Amaresh Basu, vice-presidente de pesquisa e desenvolvimento da MicroIslet. Testes de xenotransplante de ilhotas suínas em primatas também estão em andamento.
Embora a perspectiva de transplantes de ilhotas suínas seja uma grande promessa e “uma das melhores opções para o tratamento do diabetes tipo 1”, o maior obstáculo virá da predisposição do sistema imunológico humano para aceitar as novas células, afirma Ewan McNay, professor assistente de medicina interna especializado em endocrinologia da Escola de Medicina da Yale University, em New Haven, Connecticut. “Esse é o caso de qualquer transplante”, acrescenta McNay. “Em primeiro lugar, a diabetes tipo 1 é uma doença autoimune, portanto é provável que essas células-tronco enfrentem os mesmos problemas que aquelas do pâncreas original encararam.”
A MicroIslet espera começar as experiências com xenotransplante em humanos no final do ano. Os candidatos para o procedimento serão pacientes de diabetes que receberam transplante de rim. “São pessoas que estão sofrendo dos mesmos problemas que atacaram seu rim original”, diz Hoffman.
A insulina de porco é uma boa candidata para o xenotransplante em humanos, pois se diferencia da insulina humana em apenas um único aminoácido. Embora a Food and Drug Administration (FDA), órgão de controle de remédios e alimentos dos Estados Unidos, tenha aprovado os xenotransplantes de órgãos suínos, ainda não está claro por quanto tempo essas novas ilhotas conseguirão se manter funcionais no organismo humano, afirma Hoffman. “Se durarem de seis meses a um ano, seria possível fazer o tratamento nesses intervalos”, explica.
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