quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Diabetes em Odontologia

O cirurgião dentista também é responsável pela qualidade de vida, prevenção de complicações da doença e compensação da glicemia do paciente portador de diabetes.

Não podemos deixar de esquecer a função de educador que o profissional deve exercer neste paciente, para isso deve e estar devidamente qualificado para tais funções.

O diabetes é um dos mais graves problemas de saúde pública, sendo uma das principais causa de morte no mundo, superada apenas pelas doenças cardio-circulatórias e câncer (O.M.S., 1991).

•A cada 100 pessoas de 7 a 9 tem diabetes.

•É uma doença silenciosa e não contagiosa.

•Você pode ter diabetes e não saber.

•Se descoberto e tratado a vida do paciente pode ser saudável e normal.

Principais Manifestações e Predisposição

•Poliúria/polifagia

•Polidipsia

•Furúnculos freqüentes

•Perda de peso

•Cicatrização difícil

•Visão turva

•Doença periodontal

•Desanimo/fadiga

•Impotência sexual

•Infecção de pele

•Familiar com diabetes

•Stress/sedentarismo

•Obesidade

•Hipertensão

Conseqüências do Diabetes não controlado


•Cegueira: 1ª causa de cegueira no mundo (retinopatia diabética e as cataratas )

•Enfarte do miocárdio: Duas a três vezes mais freqüentes.

•Gangrena: 1ª causa de amputação não traumática no mundo.

•Impotência sexual masculina

•Outras complicações: Doenças pulmonares e circulatórias, insuficiência renal e Hipertensão Arterial, Doença Periodontal.
A importância do atendimento Odontológico ao paciente diabético
Com evolução assintomática e indolor, o Diabetes Mellitus evolui silenciosamente no paciente, atingindo-o em todos seus órgãos.
As complicações clássicas do Diabetes Mellitus hoje são: microangiopatias, macroangiopatias, nefropatias, neuropatias, retardo de cicatrização e doenças periodontais, todos devido a hiperglicemia, hiperlipidemia e outras complicações associadas.
O paciente diabético tem um aumento da susceptibilidade a infecções devido à deficiência de leucócitos T polimorfornucleares resultando quimiotaxia, fagocitose a aderência prejudicada.
Apresentam deficiência na atuação de macrófagos.

Há ausência de alteração em IgA, IgG e IgM.

Por apresentarem alterações vasculares (isquemia) e neuropatias podem facilitar a evolução de infecções, o que aumenta sua descompensação.
O exame clínico e a anamnese do paciente diabético deverão ser rígidos e minuciosos em relação ao tipo de diabetes, controle da glicemia, controle da hipertensão arterial, complicações da doença e medicação por ele utilizada.
O tratamento deste paciente é multidisciplinar, sendo de fundamental importância o encaminhamento ao endocrinologista para avaliação e controle já na primeira consulta e sempre que se for intervir em endodontia, periodontia sub-gengival e cirurgia.
A solicitação de hemograma completo, coagulograma, hemoglobina glicosilada e glicemia em jejum deverá ser feita no começo do tratamento.
Muitas vezes estes pacientes estão descompensados apesar de estarem tomando sua medicação e fazendo dieta, por apresentarem focos infecciosos orais.
O exame radiológico é de fundamental importância no diagnóstico destes, principalmente com uma radiografia panorâmica anual e periapicais sempre que se suspeitam de focos isolados, necrose pulpar, abscessos crônicos, cistos e granulomas.
A reabsorção óssea é comum nestes pacientes, devido a problemas periodontais sérios, causando mobilidade e perdas dos dentes.

Manifestações orais mais freqüentes no paciente diabético, principalmente descompensados são:
•Redução do fluxo salivar: causando úlceras e irritações como queilites, queiloses e língua fissurada.

•Infecções oportunistas: lesões herpéticas e candidíase.

•Neuropatias: aumento de algias em língua e mucosa.

•Alterações vasculares

•Abscessos recorrentes

•Hipocalcificação de esmalte

•Hálito cetônico

É importante o exame da mucosa, língua e dentes em todas as consultas, pois o paciente pode apresentar algumas ou todas as manifestações e não saber que está descompensado, devendo o cirurgião-dentista encaminhá-lo ao endocrinologista para controle.

Observações importantes

•Sempre diminuir a tensão, stress e risco de infecção neste paciente.

•Consultas médicas prévias, para melhor controle glicêmico e da hipertensão arterial.

•Consultas odontológicas curtas, e pela manhã, com o paciente alimentado e medicado.

•Reavaliação periódica. (de três em três meses).

•Redução do consumo de álcool, fumo e alimentos ácidos.

•Instruir sempre o paciente sobre:

- prevenção (uso de flúor, selante e clorexidina).

- profilaxia (escovação e fio dental).

- auto-diagnóstico de alteração gengivais (sangramento) e dentais (cáries e fraturas de restaurações).

•Profilaxia com antibiótico e avaliação médica para tratamentos endodônticos, curetagem sub-gengival e cirurgias.

•Tratamento enérgico dos focos infecciosos.

A prevenção é muito importante na compensação do diabetes, pois, os focos infecciosos geralmente são indolores e cabe ao dentista avaliá-los e tratá-los para que haja uma melhor qualidade de vida neste paciente.

Orientações laboratoriais básicas aos cirurgiões dentistas no atendimento ao paciente portador de diabete.
Estas informações têm como objetivo básico alertar ao cirurgião dentista em alguns cuidados que devem ser tomados, paralelamente a anamnese, quando do atendimento de quem já tem diabetes. Simples exames laboratoriais, factíveis em qualquer laboratório-clínico darão ao profissional e ao paciente segurança e tranqüilidade.
•Glicemia: É um exame extremamente objetivo para a avaliação do nível circulante de glicose no momento da realização do mesmo, sendo um teste rápido, barato de fácil execução, podendo ser realizado pelo próprio paciente (tiras de autocontrole) ou no laboratório.

•Valores de referências:

- Jejum- Normal de 70 a 110mg/dl

- Suspeito de 111 a 126mg/dl

- Pósprandial- Normal até 140mg/dl

- Suspeito de 141 a 199mg/dl

- Provável Diabetes- Acima de 200mg/dl

•Hemoglobina Glicosilada (HbA1C): É atualmente o melhor método para avaliar o controle glicêmico do paciente diabético por ser independente das variações rápidas de glicemia e refletir o controle glicêmico nos últimos 60 a 90 dias (meia vida das hemácias) da data de sua avaliação, sendo portando um parâmetro de controle metabólico de longo prazo.

•Hemograma: Avalia a série vermelha (possíveis anemias), branca (processos infecciosos e/ou bacterianos) aguda ou crônica e plaquetária (sistema de coagulação primário).

•Coagulograma: TS (tempo de sangramento); TC (Tempo de coagulação); TP (Tempo de protombina) eTTPA (Tempo de Tromboplatina Parcial Ativada) para avaliação dos mecanismos intrínsecos, extrínsecos e comuns da coagulação.


http://www.anad.org.br/html/modules/eNoticias/article.php?articleID=26

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