segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Dieta do diabetes: comer pouco, de tudo e várias vezes por dia.

Dieta do diabetes: comer pouco, de tudo e várias vezes por dia. 
Especialistas garantem que conceito de proibição é “coisa do passado”

Dieta do diabético não deve ser vista como sinônimo de restrição
Um dos primeiros pensamentos que surge após o diagnóstico do diabetes é “nunca mais vou comer doces, assim como macarrão, pão e arroz”. Segundo o endocrinologista Márcio Krakauer, presidente da Adiabc (Associação de Diabetes do ABC), este conceito de proibição é ultrapassado e a dieta do diabético não deve ser vista como sinônimo d e sacrifício.

— O segredo é comer pouco, de tudo e várias vezes por dia. Nada precisa ser eliminado completamente do cardápio, nem mesmo o açúcar.
O médico, que também é membro da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes), avisa que é preciso estar atento às quantidades e horários. E, claro, não se esquecer da prática regular de atividade física e da medicação. A adesão ao tratamento, reforça Krakauer, é o que garante o controle da doença e a possibilidade de se alimentar com prazer.
— O paciente costuma adiar o início do tratamento por medo de ouvir do médico que o doce está proibido ou que vai ter que usar insulina. Isso não pode acontecer.
A regra número um para quem tem diabetes é comer a cada três horas e investir em uma dieta rica em hortaliças, cereais, grãos e pães integrais, evitando as “bombas de açúcar, gordura e sal”. Mas, quando bater aquele desejo de comer um docinho, Krakauer orienta fazer o teste de glicemia (ou ponta de dedo) para avaliar se a taxa está dentro da normalidade a ponto de se cometer a extravagância.
A nutricionista e culinarista Cinthya Maggi acrescenta que a orientação nutricional é importante para a inclusão de guloseimas dentro de um cardápio equilibrado, que deve ser planejado de acordo com a idade, sexo, estilo de vida, necessidades nutricionais e prática de atividade física.
— O profissional deve focar em metas individualizadas e realistas, que consigam agradar o paladar do paciente, evitando o descontrole glicêmico e o ganho de peso.
O que comer?
A dieta do diabético é cercada de mitos que são derrubados à medida que se conhece mais sobre a doença. Cinthya garante que é possível aliar alimentação saudável a sabor.
— Para montar pratos bonitos e atraentes, opte por alimentos coloridos e ouse nas formas de montar a refeição, sem amontoar a comida. Ervas aromáticas, especiarias e molhos leves também tornam o prato mais apetitoso.
A nutricionista Natália Mayara Albano, membro do CRN -3 (Conselho Regional de Nutricionistas da 3ª Região), avisa que o carboidrato é o nutriente que mais afeta o nível de glicose no sangue, por isso deve ser consumido com moderação. Entre as principais fontes do nutriente, ela cita pães, arroz, farinha e massas brancas, biscoitos, bolos, batatas, mandioca e inhame.
— O carboidrato não deve ser abolido, mas o paciente precisa se atentar a quantidade consumida para não prejudicar o controle do diabetes.
Na prática, se o diabético comer um doce deve reduzir o consumo de carboidrato do dia para manter a equivalência. No caso de diabéticos que utilizam insulina, é importante fazer os ajustes das doses do medicamento de acordo com a contagem de carboidratos.
A nutricionista sugere priorizar alimentos integrais, que são digeridos mais lentamente pelo organismo, liberando a glicose em pequenas doses. Dessa forma, o diabético evita apresentar picos glicêmicos durante o dia.
Assim como as fibras dos produtos integrais, carnes magras — como peixes, frango sem pele, lagarto e alcatra —, legumes, verduras e frutas são ingredientes que devem compor o cardápio.
No caso de frutas, a dica do endocrinologista é consumir de três a quatro porções por dia em horários diferentes e optar por sucos que levam água, como limão e maracujá.
— Os sucos concentradas são feitos com a quantidade de frutas que o diabético comeria durante o dia inteiro. Além de muito calóricos, eles elevam a glicemia rapidamente, por isso são geralmente recomendados em quadros de hipoglicemia.
Em relação aos produtos diet, Natália alerta que eles não devem ser ingeridos à vontade. A nutricionista explica que a descrição diet nem sempre é sinônimo de isenção de açúcar e, sim, de determinado nutriente, que pode ser gordura ou sal.
— Portanto, é muito importante observar as informações contidas nos rótulos. Além disso, enfatizo que a ausência de açúcar no produto não lhe isenta de conter calorias e gorduras em sua composição.




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