quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

RIM E DIABETES

RIM E O DIABETES 





Doença renal do diabete, nefropatia diabética

A nefropatia diabética representa, atualmente, a principal causa de insuficiência renal terminal. No nosso meio, 25% dos pacientes em hemodiálise são portadores de nefropatia diabética. Além dessa elevada prevalência, a nefropatia dos diabéticos está associada a uma alta freqüência de morte por outras causas, principalmente vasculares.
No diabete melito (DM), ocorrem muitas complicações nos órgãos alvo:
 
retinopatia nos olhos
hipertensão, infarto e anginas no coração
obstruções das artérias dos membros no sistema vascular
nefropatia no rim.
O que é?
A nefropatia diabética é a doença renal que ocorre nos pacientes diabéticos. Cerca de 35-45% dos pacientes com diabete melito insulino-dependentes e 20% dos diabéticos não insulino-dependentes desenvolvem doença renal após um período superior a 10 anos de diabete. A doença renal no diabético pode se desenvolver lenta ou rapidamente, levando o paciente à insuficiência renal crônica. O declínio funcional do rim dos diabéticos pela nefropatia é previsível e progressivo. Depois de instalada a nefropatia, a perda mensal da função renal varia de 0,5-1%. A lesão renal caracteriza-se por atingir o filtro renal (glomeruloesclerose) e com isso surge a perda renal de proteínas pela urina (proteinúria) de grau variado. Com a deterioração da filtração glomerular, surge a insuficiência renal, quase sempre acompanhada de hipertensão arterial.
Como se manifesta?
A doença renal no diabético se inicia pelo descontrole crônico da glicemia. A hiperglicemia exagerada ultrapassa a capacidade do rim de poupar glicose, permitindo perdê-la pela urina (glicosúria). O trabalho aumentado pelo excesso de glicosúria faz o rim crescer de tamanho, sendo este o primeiro sinal de alteração encontrado nos exames de imagem. Até mesmo com compensação adequada do açúcar sangüíneo, lesões mínimas vão ocorrendo no rim durante um período de 2 a 3 anos sem manifestação clínica ou laboratorial.
A fase seguinte de instalação da nefropatia diabética se dá pelo aparecimento de proteínas na urina sob a forma de microalbuminúria. Esse período de pequenas perdas de albumina na urina pode durar de 5 a 10 anos. Com o avançar do tempo, a proteinúria aumenta muito e surgem sinais de insuficiência renal com elevação da uréia e creatinina no sangue. Assim, a doença renal crônica já instalada avança irreversivelmente até a insuficiência renal final.
Em resumo, os pacientes hiperglicêmicos apresentam-se com grande volume urinário (poliúria) e hiperglicosúria. Esta situação aumenta muito o trabalho do rim e acarreta, como conseqüência, um aumento do tamanho renal. Por isso, nos diabéticos eles são grandes. Nas revisões laboratoriais de rotina dos diabéticos, procura-se sempre a perda de proteínas. Quando surge a microalbuminúria, iniciam-se, também, as lesões de esclerose do glomérulo que, com o tempo, tornam-se difusas e aumentam a perda de albumina na urina.
Como se diagnostica?
Os diabéticos podem ser insulino-dependentes ou não insulino-dependentes. Ambos os tipos de diabéticos devem realizar exames de urina freqüentes para detectar a microalbuminúria, que é o indicativo precoce de nefropatia diabética. Assim, a perda de proteínas na urina é fundamental para diagnosticar a doença renal do diabético. A presença de uréia ou creatinina elevadas só ocorre quando o rim já perdeu mais de 50% de sua capacidade funcional. À medida que cai a função renal, podem surgir hipertensão arterial , edema, hematúria e infecção urinária.
Como se trata?
O manejo adequado da nefropatia diabética depende do estágio em que ela se encontra. O médico avalia cada caso e determina o tratamento necessário que inclui sempre:
 
controle rigoroso do açúcar no sangue com o uso de insulina ou drogas específicas;
manutenção da pressão arterial o mais normal possível;
nutrição dietética adequada principalmente dos açúcares, proteínas e sódio (sal) e
uso de inibidores da enzima conversora de angiotensina para manter níveis de pressão arterial normais.
O objetivo do tratamento da nefropatia diabética constitui-se na prevenção ou redução da velocidade de progressão para insuficiência renal crônica que, depois de instalada, só tem duas opções de tratamento:
 
diálise
transplante renal.
Os critérios para início da diálise são:
 
níveis de creatinina superiores a 6mg%,
uréia acima de 150 mg%,
náuseas e vômitos,
prurido,
hálito urinoso e grande diminuição da diurese,
fraqueza e anemia intensa.
Dessa forma, evita-se que o paciente atinja graus avançados de uremia com pericardite e encefalopatia urêmicas.
Como se previne?
O início da doença renal do diabético depende muito do controle da glicemia. Geralmente decorrem anos para a instalação da doença, mas ela é mais célere se alguns cuidados não forem tomados, tais como:
 
controle eficiente e permanente da glicose sangüínea,
manutenção de níveis tensionais próximos do normal, com o uso de bloqueadores da enzima de conversão da angiotensina I,
dietas sem exagero protéico.
A patogênese da nefropatia diabética é complexa, envolvendo inúmeros fatores que interagem com distúrbios metabólicos e fatores genéticos. Muitas alterações celulares e bioquímicas estão envolvidas nesta doença. Até, hoje alguns elementos da patogenia continuam sendo discutidos.
Perguntas que você pode fazer ao seu médico
Meu rim sofre/é afetado porque sou diabético?
Como posso descobrir se meu rim está sendo lesionado?
Pessoas diabéticas podem fazer transplante?
Além do meu rim, outros órgãos podem ser atingidos?

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