O Chá de Pata de Vaca e o Diabetes

O nome científico da Pata-de-Vaca é Bauhinia variegata (L.), pertencente a família Fabaceae, subfamília Caesalpinioidea. Esta planta é originária da Ásia, mais precisamente China e Índia. No Brasil, o gênero Bauhinia ocorre desde o Piauí até o Rio Grande do Sul, nas formações florestais do complexo atlântico e nas matas de planalto. Suas flores variam de brancas, róseas, roxo-pálidas até avermelhadas. Além das possíveis propriedades medicinais (que comentarei abaixo), esta planta também é muito utilizada no paisagismo, exatamente pela grande beleza de suas flores. Quanto a origem do nome Pata-de-Vaca, vale a pena comentar que ele é devido ao formato de suas folhas, que, de alguma forma, lembram a pata de uma vaca.

Um dos estudos mais interessantes que encontrei foi realizado na Universidade Estadual do Norte Fluminense, em Campos dos Goytacazes (Rio de Janeiro). Neste estudo, os autores conseguiram identificar nas folhas da Pata-de-Vaca uma proteína que é estruturalmente parecida com a insulina bovina. Esta similaridade estrutural PODE fazer com que esta molécula, presente no chá, funcione parcialmente como a própria insulina produzida pelo corpo humano. Vale a pena ressaltar que, embora estes resultados sejam extremamente promissores e interessantes, eles apenas mostram que ainda temos muito o que pesquisar antes de começar a utilizá-la para o tratamento do Diabetes. Não sabemos qual a potência desta molécula, qual a dose ideal e, principalmente, qual o risco de hipoglicemia associado ao seu uso. Não sabemos também como ela é metabolizada e quais outros efeitos ela terá no corpo humano. A literatura científica sugere que esta planta pode ter outros efeitos além dos efeitos na glicose e, portanto, muita pesquisa ainda é necessária antes de indicarmos seu uso para o Diabetes ou qualquer outra doença.

Referências
1. Pepato MT, Keller EH, Baviera AM, Kettelhut IC, Vendramini RC, Brunetti IL. Anti-diabetic activity of Bauhinia forficata decoction in streptozotocin-diabetic rats. J Ethnopharmacol 2002; 81: 191-197.
2. Silva FR, Szpoganicz B, Pizzolatti MG, Willrich MA, de Sousa E. Acute effect of Bauhinia forficata on serum glucose levels in normal and alloxan-induced diabetic rats. J Ethnopharmacol 2002; 83: 33-37.
3. Rajani GP, Ashok P. In vitro antioxidant and antihyperlipidemic activities of Bauhinia variegata Linn. Indian J Pharmacol. 2009 Oct;41(5):227-32.
4. Azevedo CR et al. Isolation and intracellular localization of insulin-like proteins from leaves of Bauhinia variegata. Braz J Med Biol Res 2006; 39(11):1435-1444.
1. Pepato MT, Keller EH, Baviera AM, Kettelhut IC, Vendramini RC, Brunetti IL. Anti-diabetic activity of Bauhinia forficata decoction in streptozotocin-diabetic rats. J Ethnopharmacol 2002; 81: 191-197.
2. Silva FR, Szpoganicz B, Pizzolatti MG, Willrich MA, de Sousa E. Acute effect of Bauhinia forficata on serum glucose levels in normal and alloxan-induced diabetic rats. J Ethnopharmacol 2002; 83: 33-37.
3. Rajani GP, Ashok P. In vitro antioxidant and antihyperlipidemic activities of Bauhinia variegata Linn. Indian J Pharmacol. 2009 Oct;41(5):227-32.
4. Azevedo CR et al. Isolation and intracellular localization of insulin-like proteins from leaves of Bauhinia variegata. Braz J Med Biol Res 2006; 39(11):1435-1444.
Dr. Rodrigo O Moreira
Médico Colaborador do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia – RJ
Médico Colaborador do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia – RJ
Nenhum comentário:
Postar um comentário