O problema exige atenção redobrada com a região dos pés. Veja quais são os cuidados necessários e evite complicações no quadro da doença
Reportagem: Monique Zagari Garcia
"Pacientes com diabetes tipo 1 e tipo 2 devem passar,
regularmente, por uma avaliação médica dos pés", afirma o
angiologista Ary Elwing
Foto: Shutterstock |
Se você é portadora dediabetes e notouformigamentos, dormência, queimação e perda de sensibilidade nos pés, é fundamental que procureajuda médica. Estes são os principais sintomas do pé diabético, decorrente de umacomplicação da doença que não foi tratadaadequadamente durante muitos anos. “O diabetes mellitus causa uma série dealterações nos nervos e nosvasos sanguíneos. Os nervos perdem a capacidade de enviar os estímulos dolorosos e a pessoa fica com o pé insensível. Além disso, pode haver também alteração na circulação com diminuição do oxigênio que chega aos pés, favorecendo as infecções e gangrenas, que podem levar a amputação do membro ou até mesmo amorte”, explica Fábio Rodrigues Ferreira do Espírito Santo, cirurgião vascular do Hospital São Camilo (SP).
Segundo o angiologista Ary Elwing (SP), os primeiros sintomas que denunciam afalta de circulação nos dedos dos pés são unhas e dedos roxos em dias de frio – sinais estes que jamais devem ser ignorados. “Não hesite em procurar o médico ao notar o pé frio e úmido ou algumaalteração na cor da pele”, destaca. O médico ainda alerta que é preciso examinar os pés todos os dias, principalmente as pessoas portadoras de diabetes tipo 1 e 2. “Essa vigilância pode prevenir os calos nos pés, úlceras ou qualquer outro problema visível. Manter umbom fluxo sanguíneo ajuda a evitar infecções”, afirma.
O endocrinologista Felipe Henning Gaia Duarte (SP) explica que, uma vez que a situação esteja instalada, controlar os dos níveis de açúcar no sangue também é fundamental a fim de não permitir o agravamento do quadro e amenizar os sintomas da doença. Para Ary Elwing, a prática de exercícios físicos com regularidade, como caminhadas, também ajudam na prevenção e controle do pé diabético. “Dependendo da gravidade da situação, otratamento clínico é o mais indicado. O procedimento cirúrgico consiste na realização de uma drenagem cirúrgica para remover o tecido necrosado. Caso a parte necrosada forextensa, é necessário ser tratada com urgência, pois pode levar a amputação”, enfatiza o especialista.
1. Pés limpos e hidratados
Manter os pés sempre limpos evita o surgimento deinfecções como, por exemplo, fungos na região. “Use sempreágua morna, nunca quente, para evitar queimaduras. A toalha deve ser macia. Não esfregue a pele”, ensina Ary Elwing. As alterações nos nervos também fazem com que opé fique mais seco. “A pele muito seca gera rachaduras que também serão porta de entrada para infecções. É importante manter a hidratação dos pés a fim de evitá-las”, recomenda Felipe Henning.
2. Meias sem costura
“As saliências das costuras de meias e sapatos exercem umexcesso de pressão que pode levar a formação de feridas ao final do dia, sem que a pessoa perceba devido à insensibilidade”, explica Fábio Rodrigues. Por isso, opte por usar meias sem costura. “O tecido deve ser de algodão ou lã. Evite ossintéticos, como nylon”, sugere Ary Elwing.
3. Cuidados na hora de cortar as unhas
“Deve haver um cuidado especial. As unhas devem ser cortadas com tesouras adequadas e com todo o cuidado para não levar a cortes nas laterais dos dedos. As unhas mal cuidadaspodem encravar e infeccionar, o que, neste caso, se não forem tratadas corretamente, pode levar até a perda dos dedos. O manejo deve ser sempre feito por um podólogo especializado em pé diabético, que já tem habilidade para manusear unhas de pacientes”, diz Felipe Henning. Para Ary Elwing, o corte deve ser quadrado, com as laterais levemente arredondadas e sem remoção das cutículas.
4. Calçados adequados
“São recomendados os calçados que não tenham costuras nem pontos de pressão internose que ajudem a distribuir o peso igualmente em toda a planta do pé. Em geral são feitos por encomenda em lojas especializadas no ramo”, conta Felipe Henning. “Os calçados ideais são os fechados, macios, confortáveis e com solados rígidos, que ofereçam firmeza. Não utilizecalçados novos, por mais de uma hora por dia, até que estejam macios”, finaliza Ary Elwing.
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