A ABAD realizou Palestras sobre HEPATITE C no dia 22-08-2012 as 16:00 h e as 20:30 h, com a presença 45 pessoas, pela Enfermeira Mestranda Mariana Vulcano Neres do Ambulatório de Hepatites Virais-Hematologia-FMB-UNESP, sendo realizado testes em todos os presentes. (fotos fim do texto)
Santos de Castro
Presidente
Hepatite C é a inflamação do fígado causada pela infecção pelo vírus da hepatite C (VHC ou HCV), transmitido através do contato com sangue contaminado. Essa inflamação ocorre na maioria das pessoas que adquire o vírus e, dependendo da intensidade e tempo de duração, pode levar à cirrose e câncer do fígado.
Estima-se que cerca de 3% da população mundial, 170 milhões de pessoas, sejam portadores de hepatite C crônica.
Apesar do altíssimo número de contaminados, alguns fatores de risco são considerados mais importantes e todas as pessoas com eles devem ser testadas, pelo alto risco da doença:
- Usuários de drogas endovenosas;
- Recebedores de transfusão sanguínea antes de 1993;
- Hemodiálise;
- Tatuados;
- Carcerários;
- Profissionais da área da saúde ou similares.
SINTOMAS
A maioria das pessoas que adquirem a hepatite C desenvolvem doença crônica e lenta, sendo que a maioria (90%) é assintomática ou apresenta sintomas muito inespecíficos, como letargia, dores musculares e articulares, cansaço, náuseas ou desconforto no hipocôndrio direito. Assim, o diagnóstico só costuma ser realizado através de exames específicos ou quando sintomas de doença hepática surgem, já na fase avançada de cirrose.
TRANSMISSÀO
A transmissão da hepatite C ocorre após o contato com sangue contaminado. Apesar de relatos recentes mostrando a presença do vírus em outras secreções (leite, saliva, urina e esperma), a quantidade do vírus parece ser pequena demais para causar infecção e não há dados que sugiram transmissão por essas vias. O vírus da hepatite C chega a sobreviver de 16 horas a 4 dias em ambientes externos. Grupos de maior risco incluem receptores de sangue, usuários de drogas endovenosas, pacientes em hemodiálise e trabalhadores da área de saúde.
A transmissão sexual é muito debatida. É verdadeiro que a hepatite C é muito menos transmitida sexualmente que a hepatite B. A prevalência de infecção é de apenas 0,4 a 3%, sendo que nesse muitas vezes encontramos outros fatores de risco que podem ser a causa da infecção.
Fatores de risco comuns para o contágio pelo vírus da hepatite C:
- Transfusão de sangue e seus derivados;
- Uso de drogas ilícitas;
- Hemodiálise;
- Profissionais da saúde expostos a sangue contaminado;
- Tatuagem/Piercing;
- Acupuntura;
- Manicure/Pedicure;
- Compartilhamento de material individual como barbeador, toalha de banho, escova de dente...etc..
DIAGNÓSTICO
O principal método diagnóstico para a hepatite C continua sendo a sorologia para anti-HCV. Como a severidade da doença ainda não pode ser determinada com precisão por métodos menos agressivos, a biópsia continua sendo necessária para avaliar o grau de inflamação e fibrose (formação de cicatrizes). O consenso mundial é de que a biópsia é necessária em todos os pacientes antes do início do tratamento.
O principal fator que leva à grande importância da hepatite C é a sua alta cronicidade. Apenas 15 a 30% das pessoas infectadas pelo vírus da hepatite C curam espontaneamente, enquanto 70 a 85% ficam com hepatite crônica. A presença de outros fatores, como consumo de álcool, aceleram a progressão da doença.
TRATAMENTO
O tratamento consiste na combinação de um antiviral denominado interferon associado à Ribavirina por um tempo que varia entre seis meses e um ano. Esses medicamentos são distribuídos gratuitamente pelo SUS.Quando não há cirrose instalada, as chances de eliminação total do vírus do organismo variam entre 30% e 70%, dependendo do tipo de vírus. No início do tratamento, os sintomas são semelhantes aos de uma gripe forte: dores no corpo, náuseas, febre. Perda de cabelo, depressão, vômitos, emagrecimento são outros sintomas possíveis. Ascite (barriga d’água), cansaço extremo, confusão mental podem ser sintomas do estado avançado da doença. A cura é definida pela ausência de vírus no sangue seis meses depois do terminado o tratamento. As chances variam entre 40% a 60%, dependendo do tipo de vírus.
Enfermeira Mestranda Mariana Vulcano Neres
COREN/SP 277.270
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