· Carlos Eduardo
Barra Couri
Endocrinologista
Doutor em Medicina pela USP-Ribeirão preto
Pesquisador da Equipe de Transplante de Células-tronco do Hospital das Clínicas da USP- Ribeirão Preto
Coordenador do Departamento de Novas Terapias e Biotecnologia da Sociedade Brasileira de Diabetes
Doutor em Medicina pela USP-Ribeirão preto
Pesquisador da Equipe de Transplante de Células-tronco do Hospital das Clínicas da USP- Ribeirão Preto
Coordenador do Departamento de Novas Terapias e Biotecnologia da Sociedade Brasileira de Diabetes
Sabemos da relação
ruim entre diabetes e o coração da mulher. Normalmente o risco cardiovascular
das mulheres é inferior ao dos homens, porém, quando analisamos as mulheres
diabéticas, elas apresentam risco 2 a 4 vezes maior de doença cardiovascular do
que os homens diabéticos.
Nas mulheres
diabéticas, 1 em cada 3 morrem de doenças do coração ao passo que 1 em cada 9
morrem de câncer de mama. Isso sem contar doenças relacionadas como síndrome
dos ovários policísticos, diabetes gestacional, infertilidade, doença fetais
geradas pelo diabetes gestacional, dislipidemia, uso de contraceptivos orais,
etc.
Por isso, concordo
plenamente que devam existir estratégias específicas na ligação entre diabetes
e o sexo feminino.
Como todas as
doenças crônicas, o paciente é um agente fundamental e ativo no tratamento e
sua colaboração pode ser a divisão entre vida saudável e vida com sequelas.
Sabemos que as mulheres geralmente são mais cuidadosas do que os homens,
frequentam mais os consultórios médicos e cuidam da saúde do restante da
família.
Nesta quarta-feira
dia 23 de outubro fui convidado a comparecer para a divulgação de dados de uma
excelente pesquisa realizada pela Editora Abril em conjunto com a SOCESP sobre
o grau de conhecimento da mulher brasileira sobre os fatores de risco para
doenças cardíacas.
Esta pesquisa foi
realizada após solicitação por e-mail ou por acesso direto das mulheres aos
sites das revistas voltadas para público feminino da Abril como Revista Cláudia
e Revista Saúde.
Foram 5318
entrevistas com mulheres de idade média de 38 anos e 77% era de Classe
Sócio-Econômica A ou B. Quanto ao grau de instrução, 71% tinham ensino superior
completo ou mestrado ou doutorado. A maioria era da região Sudeste e 77%
possuiam plano ou seguro saúde com pelo menos 1 consulta médica anual.
Portanto, como
podem imaginar, esta pesquisa foi realizada em uma camada privilegiada de
mulheres de nossa sociedade.
Entretanto, o
tamanho de minha expectativa foi proporcional ao tamanho de minha frustação.
Vejam alguns
números que me deixaram alarmado:
- Apenas 18% destas
mulheres concordam que existe relação entre diabetes e infarto do miocárdio;
-
Dos exames que elas consideram essenciais para prevenir doenças
cardiovasculares, apenas 26% achavam que glicemia era importante (pasmem:
76% acham que ecocardiograma é mais importante que glicemia);
-
Segundo elas, apenas 48% dos médicos pedem glicemia quando elas vão à consulta
médica de rotina;
-
Mais de 50% das mulheres disseram que nunca tiveram sua cintura medida em
consulta médica (independente se tinham peso normal ou obesidade);
Nesta mesma
pesquisa foram abordados aspectos gerais da vidas das mulheres (que são em sua
marioria de classe social A e B) e vejam só:
-
apenas 59% dizem possuir uma vida familiar satisfatória;
-
apenas 41% disseram ter uma vida amorosa satisfatória;
-
apenas 33% apontaram ter uma vida sexual satisfatória;
-
apenas 34% disseram ter uma vida social e profissional satisfatórios;
-
somente 42% relataram ter uma autoestima boa.
Mesmo num grupo
seleto de mulheres, a maioria não está em estado de equilíbrio mental, social e
físico:
De quem é a culpa?
O que nós médicos
podemos fazer para ajudar a melhorar esta situação?
O que o paciente
deve fazer para colaborar?
Como podemos fazer
um paciente baixa qualidade de vida ter vontade de se cuidar?
Para ter acesso aos dados completos da pesquisa, basta acessar o link: www.sintaseucoracao.com.br
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