terça-feira, 13 de maio de 2014

Ana Carolina Freitas luta pelos direitos das pessoas com diabetes


Ana Carolina Freitas, com 35 anos, diagnosticada com diabetes depois de um mês de nascimento, passou por vários momentos, pois na época da descoberta da condição não havia disseminação de informações, e não sabia se viveria muito tempo sem sequelas. Superou os desafios e os traumas e começou a se cuidar principalmente durante a gravidez, em que começou a interagir com outras futuras mamães com o diabetes. Do seu jeito extrovertido, fez muitas amizades no Hospital das Clínicas de Belo Horizonte e percebeu que suas histórias animavam outras pacientes.
Com isso, notou que levava de certo modo esperança para as mães com diabetes e que a condição jã não era mais problema na sua vida e se sentiu preparada para falar sobre o diabetes com outras pessoas. Desde então passou a fazer palestras motivacionais e a participar de associações com o objetivo de levar informações adequadas e esperança para outras pessoas com a condição. Hoje podemos considerar que Carol é uma militante da causa.
De Bem com a Vida: O que a motivou a lutar pelas pessoas com diabetes?

Quando fui diagnosticada, não havia tratamentos tão modernos, não havia disseminação de informações, nem sabiam se eu viveria por muitos anos sem sequelas. Ter passado por tantos desafios, ter superado todos os traumas, sempre bem, feliz e disposta me fez acordar para a vida! Eu senti que podia ser um instrumento de mudança na vida das pessoas, que eu levava esperança para elas e queria de alguma forma mudar a vida de outras pessoas com esta doença. 
De Bem com a Vida: Qual foi o episódio mais atuante na causa do diabetes?
No início de 2013, o governo de Minas Gerais forneceu às pessoas com diabetes do Estado um glicosímetro desconhecido, de qualidade duvidosa que causou muitos transtornos aos pacientes.
Fui a primeira a levar o assunto às redes sociais. Abri espaço para discussões e alertei as pessoas com diabetes de Minas Gerais sobre o que estava acontecendo. Recebi muitos depoimentos e pedidos de ajuda. Com o apoio de outras pessoas com diabetes, também engajadas à causa, divulgamos esse problema em jornais, televisão e rádio. Fomos até a Assembleia Legislativa de Minas Gerais, criamos uma representação junto ao Ministério Público exigindo a troca do glicosímetro duvidoso, por um de qualidade para garantir tratamento de confiança aos cidadãos.
Ainda estamos em luta, fomos ouvidos e nossas reclamações chegaram até a Secretaria de Estado de Minas Gerais. Entretanto, ainda estamos acompanhando se todos os diabéticos do estado estão recebendo o novo glicosímetro e aguardando respostas das autoridades sobre esse fato que colocou a vida de tantas pessoas com diabetes em risco. 
De Bem com a Vida: Que lições este episódio trouxe para você?
Fortaleceu a minha vontade de estar com outras pessoas com esta condição e lutar por elas. Além de levar informações adequadas, transmitir também a esperança de uma vida melhor, com um tratamento justo. 
De Bem com a Vida: Com toda esta atuação pela causa, você continuar a trabalhar?
Sou relações públicas, hoje me dedico exclusivamente à causa diabetes, ajudando as pessoas. Seja através do blog, no facebook, em eventos e palestras que participo ou organizo. 
De Bem com a Vida: Você tem uma filha de três anos, como é ser mãe com diabetes?
Independentemente de ter ou não diabetes, é mais desafiante do que imaginei. Ser mãe com a condição é sim um risco maior que assumimos, além da responsabilidade de cuidarmos de uma pessoa que depende exclusivamente de nós, temos a responsabilidade de cuidarmos também da nossa própria saúde. É necessário estarmos sempre atentos aos desafios da rotina diabética e à rotina de um filho pequeno. Na maioria das vezes tudo acontece ao mesmo tempo. Entretanto, todo esforço vale a pena, ser mãe é o sentimento e o desafio mais delicioso que uma mulher pode experimentar na vida. 
De Bem com a Vida: Sua filha te ajuda com relação ao tratamento?
Sim, me ajuda até mesmo antes de nascer. A partir da minha gravidez, houve uma mudança radical em meu estilo de vida e em meu tratamento. Hoje, mesmo com apenas três anos, Isabella se preocupa em saber se estou bem, ajuda a medir a minha glicose e está sempre disposta a aprender sobre diabetes. Certa vez, me acudiu durante um episódio de hipoglicemia. Ela buscou sozinha um copo de suco e me fez tomá-lo. Ela percebeu que eu ainda não estava bem, buscou biscoitos e insistiu para eu medir novamente. Foi emocionante!!! Não jogo responsabilidades para ela, mas ela convive desde sempre com o meu diabetes e trata tudo relacionado à minha rotina com muita naturalidade.
De Bem com a Vida: Que ensinamentos o diabetes trouxe para sua vida?
Sem a pressão e o calor não haveria diamantes. Lidar com situações difíceis da vida determina o quanto vamos brilhar. O diabetes me tornou forte, não me limita e todos os dias me faz perceber que ser feliz depende somente de nós mesmos! 
De Bem com a Vida: Que planos futuros você tem?
Em longo prazo, conseguir manter minha saúde estável para continuar lutando e levando esperanças para mais e mais pessoas com o diabetes.
 Fonte :- https://www.portaldebemcomavida.com.br/consumidores/perfil/carol-freitas/
 https://www.facebook.com/pages/Carol-Freitas-Diab%C3%A9tica-Doces-contos-de-uma-vida-doce/114461865419992

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