É o processo pelo qual um doador voluntário tem seu
sangue coletado para armazenamento em um banco de sangue ou hemocentro para um
uso subsequente em uma transfusão de sangue. Trata-se de um processo de
fundamental importância para o funcionamento de um hospital ou centro de saúde.
Por que é importante doar sangue?
Todos
os procedimentos médicos que demandam transfusão de sangue precisam dispor de
um fornecimento regular e seguro deste elemento. Daí a importância de se manter
sempre abastecidos os bancos de sangue por meio das doações, que não engrossam
nem afinam o sangue do doador. É fácil e seguro, e não se pode mentir nem
omitir informações, pois quem recebe o sangue pode ser contaminado.
Doar
sangue é um procedimento simples, rápido, sigiloso e seguro. Para o doador em
geral não há riscos, porém algumas complicações podem eventualmente aparecer:
• Queda de pressão e tontura;
• Hematoma no local da picada;
• Náusea e vômito;
• Dor local e dificuldade para
movimentação do braço;
• Desmaios.
A
doação demora dez minutos e pode ajudar a salvar uma vida
Por
Denise Mello
O
sangue funciona como um transportador de substâncias de extrema importância
para o funcionamento do corpo. Além disso, quase toda a defesa do organismo está
concentrada nele. É um tecido de extrema importância para o funcionamento da
máquina humana e não pode ser substituído por nenhum outro líquido. Por este
motivo a doação é tão importante.
A
Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o percentual ideal de doadores
para um país esteja entre 3,5% e 5% de sua população. No Brasil esse número é
preocupante, pois não chega a 2%. Esta quantidade, ainda sofre uma queda
alarmante durante o inverno e as férias, períodos em quem os hemocentros são
praticamente obrigados a operar com menos que o mínimo necessário. Ainda,
complementando alguns dados estatísticos, o Ministério da Saúde divulga que os
homens são responsáveis por mais de 70% das doações no Brasil e os jovens de 18
a 29 anos, correspondem a 50% dos doadores.
Levando
em conta todos esses números, a Viva Saúde procurou a Fundação Pró-Sangue,
maior hemocentro da América Latina, para obter orientações e esclarecimentos de
dúvidas, que podem ser suas.
Alguns
mitos levantados por pessoas sem a devida instrução têm colaborado para que os
hemocentros recebam menos doadores. Entre eles estão:
-
Quem doa sangue uma vez tem que continuar doando pelo resto da vida;
-
A doação "engrossa" o sangue, entupindo as veias;
-
A doação faz o sangue "afinar", "virar água", provocando
anemia;
-
Doar sangue engorda;
-
Doar sangue emagrece;
-
Doar sangue vicia;
-
Mulheres menstruadas não podem doar sangue;
-
"Posso ficar sem sangue suficiente";
-
Os doadores correm risco de contaminação.
Segundo
Vânia de Oliveira, da Fundação Pró-Sangue, o doador não corre nenhum dos riscos
citados acima. "A reposição do plasma leva 24 horas e os glóbulos
vermelhos se reproduzem em quatro semanas. Entretanto, para o organismo atingir
o mesmo nível de ferro que apresentava antes da doação, são necessários de 40 a
60 dias para os homens e de 50 a 90 dias para as mulheres. Todas as exigências
de higiene são seguidas a risca para que o voluntário, o receptor e a equipe
não corram risco de contaminação", acrescenta.
O
voluntário passa por três etapas antes que o sangue seja retirado. A primeira
consiste no cadastro de dados pessoais, em seguida é feita uma triagem clínica
que inclui um questionário sobre a saúde da pessoa, um teste de anemia, a
verificação da pressão arterial e o peso do doador. A terceira etapa consiste
no que a equipe do hemocentro chama de Voto de Auto Exclusão, nessa fase o
candidato tem a oportunidade de dizer se tem comportamento de risco para Aids.
Sua identidade é preservada, pois a bolsa é identificada por meio de um código
de barras. Se a resposta for SIM, ele fará a doação, o sangue passará por todos
os testes e, mesmo que os resultados forem negativos, a bolsa será desprezada.
Caso a resposta seja NÃO, a bolsa só será utilizada se todos os exames
apresentarem resultados negativos.
Para
ser um doador, a pessoa deve pesar no mínimo 50 kg, estar munida de um
documento com foto, além de ter entre 18 e 65 anos de idade e estar devidamente
descansado e alimentado. Atendendo aos requisitos físicos e de saúde, você pode
ser um doador. Procure um hemocentro próximo a você e pratique esse ato de
vida!
Confira
na tabela abaixo quem não pode doar e por que período.
48
horas
|
Quem
recebeu vacina preparada com vírus ou bactéria mortos, toxoide ou
recombinantes. Ex.: Cólera, Poliomielite (SALK), Difteria, Tétano, Febre
tifóide (injetável), Meningite, Coqueluche, Pneumococo.
|
5
dias
|
Pessoas que ingeriram ácido
acetilsalicílico (AAS) ou qualquer outro medicamento que contenha o fármaco
em sua composição. Exemplos: Aspirina, Sonrisal etc.
|
7
dias
|
Teve diarréia.
Após terminarem os sintomas de gripe ou
resfriado.
Após a cura de conjuntivite.
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2
semanas
|
Após o término do tratamento de infecções
bacterianas.
Após a cura de rubéola.
Após a cura de Erisipela.
|
3
semanas
|
Após a cura de Caxumba.
Após a cura de Varicela (Catapora).
|
4
semanas
|
Recebeu vacina de vírus ou bactérias vivos
e atenuados. Ex.: Poliomielite Oral (SABIN), Febre tifóide oral, Caxumba,
Febre amarela, Sarampo, BCG, Rubéola, Catapora, Varíola etc.
Recebeu vacina contra gripe.
Recebeu soro antitetânico.
Após a cura de Dengue.
|
8
semanas
|
Após uma doação de sangue. Esse período
deve ser ampliado para 16 semanas se houve doação dupla de hemácias por
aférese.
|
12
semanas (somente para mulheres)
|
Após uma doação de sangue (para mulheres).
Esse período deve ser ampliado para 24 semanas se foi doação dupla de
hemácias por aférese.
Após parto normal ou abortamento.
|
3
meses
|
Foi submetido à Apendicectomia.
Foi submetido à Hemorroidectomia.
Foi submetido à Hernioplastia.
Foi submetido à Ressecção de varizes.
Foi submetido à Amigdalectomia.
|
6
meses a 1 ano
|
Foi submetido a uma cirurgia de grande
porte como, por exemplo: Colecistectomia, Histerectomia, Tireoidectomia,
Colectomia, Esplenectomia pós trauma, Nefrectomia etc.
Após a cura de Toxoplasmose comprovada
laboratorialmente.
|
1
ano
|
Recebeu uma transfusão de sangue, plasma,
plaquetas ou hemoderivados.
Foi submetido a transplante de órgãos ou de
medula óssea.
Recebeu enxerto de pele ou de osso.
Sofreu acidente se contaminando com sangue
de outra pessoa.
Teve acidente com agulha já utilizada por
outra pessoa.
Teve contato sexual com alguma pessoa com
Aids ou com teste positivo para HIV.
Teve contato com prostituta ou com outra
pessoa que recebeu ou pagou com dinheiro ou droga pelo ato sexual.
Teve contato sexual com usuário de droga
endovenosa.
Teve contato sexual com pessoa que tenha
recebido transfusão de sangue nos últimos 12 meses.
Teve relação sexual com pessoa com
hepatite.
Mora na mesma casa de uma pessoa que tenha
hepatite.
Fez tatuagem.
Fez piercing.
Teve sífilis ou gonorréia.
|
5
anos
|
Após a cura de Tuberculose pulmonar.
|
Nunca
poderá ser doador de sangue quem:
|
Tem ou teve um teste positivo para HIV.
Teve hepatite após os dez anos de idade.
Já teve malária.
Tem doença de Chagas.
Recebeu enxerto de duramater.
Teve algum tipo de câncer, incluindo
leucemia.
Tem graves problemas no pulmão, coração,
rins ou fígado.
Tem problema de coagulação de sangue.
É diabético com complicações vasculares.
Teve tuberculose extrapulmonar.
Já teve elefantíase.
Já teve hanseníase.
Já teve Calazar (Leishmaniose visceral).
Já teve brucelose.
Tem alguma doença que gere inimputabilidade
jurídica.
Foi submetido à Gastrectomia total.
Foi submetido à Pneumectomia.
Foi submetido à Esplenectomia não
decorrente de trauma.
Fonte: Fundação Pró-Sangue
|
Por
que o diabético não pode doar sangue?
Diabético
que não pode doar sangue é aquele que chamamos de insulino-dependente; ou seja,
aquele que necessita de insulina para manter seu metabolismo de açúcar próximo
da normalidade. Esses pacientes têm importantes alterações do sistema
cardiovascular e, em conseqüência disto, durante ou logo após a doação de
sangue, podem apresentar alguma reação que agrave seu estado de saúde.
Veja mais informações
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