O novo método permite que o paciente controle a doença em casa, o que
diminui as visitas frequentes ao médico
Hipertensão arterial (iStock/Getty Images)
A hipertensão – ou pressão alta – é uma doença sem
cura que pode trazer diversos riscos de saúde, como maior probabilidade de
acidente vascular cerebral (AVC), ataque
cardíaco, aneurisma e insuficiência renal e cardíaca, segundo o Ministério da
Saúde. Atualmente, a principal forma de tratamento é medicamentosa, acompanhado
de visitas periódicas ao cardiologista. Felizmente, pesquisadores americanos
acreditam ter desenvolvido uma alternativa de tratamento que pode reduzir as
idas ao médico ao mesmo tempo em que melhora o controle da hipertensão.
O estudo, publicado na Clinical Cardiology, afirma
que é possível alcançar esse resultado através de um programa de saúde domiciliar que forneceria ao
paciente maneiras de controlar a doença por meio de um dispositivo que, além de
aferir a pressão, transmite automaticamente as informações para um registro
médico eletrônico que pode ser acessado pelo profissional de saúde e pelo
paciente. Desta forma, o indivíduo só precisaria recorrer ao médico no caso de
o tratamento não estar funcionando. Segundo os pesquisadores, a taxa de
sucesso do programa chegou a 81% em menos de dois meses.
“O
modelo consagrado pelo tempo de tratar a hipertensão através de visitas tradicionais
ao médico não é eficaz nem sustentável”, comentou Naomi Fisher, principal
autora do estudo, ao Medical News Today.
Tratamento domiciliar
A
equipe do Brigham and
Women’s Hospital, nos Estados Unidos, testou o novo sistema domiciliar com 130
participantes diagnosticados com hipertensão. Durante o recrutamento, nenhum
dos voluntários tinha a doença sob controle.
Os pacientes foram orientados
sobre como usar o dispositivo de pressão sanguínea que transmitia dados por
Bluetooth para um sistema que, além de registrar as informações, ainda
verificava se o indivíduo estava recebendo a dosagem correta de medicação. Os participantes também receberam
instruções para aferir a pressão duas vezes ao dia (manhã e noite) em duplicata. Ou seja, durante cada
aferição era necessário verificar duas vezes seguidas para confirmar o
resultado. Os pesquisadores ainda informaram que as medições precisavam ser
feitas antes da ingestão do medicamento para hipertensão.
Ao
final do estudo, percebeu-se que em menos de dois meses 81% dos participantes
conseguiram manter a pressão arterial sob controle. “Este é um
resultado surpreendente, especialmente considerando que o controle foi alcançado
em um período muito curto: uma média de 7 semanas”, ressaltou Naomi.
A equipe estima que a nova
abordagem reduzirá significativamente os custos do controle da hipertensão
(gastos com consultas, por exemplo) e prevenir riscos de saúde relacionadas à
pressão alta, como AVC e insuficiência cardíaca.
Depois
de sete meses fora do programa, alguns participantes passaram por uma nova
aferição que mostrou a continuidade das reduções da pressão, indicando a
eficácia do método. Com os resultados promissores, os cientistas esperam
conseguir ampliar o programa para garantir que o método continue a funcionar
por um período mais extenso e possa ser eficaz em outros grupos de pessoas.
“O desenvolvimento de soluções
inovadoras para gerenciar a hipertensão de forma eficaz e eficiente para
reduzir a carga de risco cardiovascular em populações maiores é fundamental”,
disse Naomi.
Hipertensão
De
acordo com o Ministério da Saúde, hipertensão arterial é uma doença
crônica caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias –
essa pressão leva o coração a exercer um esforço maior para distribuir o sangue
pelo corpo. O problema tem diversas causas, incluindo hereditária (representando
90% dos casos) e estilo de vida, como tabagismo e alcoolismo, obesidade,
stress, altos níveis de colesterol, sedentarismo e consumo elevado de sal.
Outros fatores que influenciam
no surgimento da doença são: a raça (a população negra está mais propensas a
apresentar a doença), diabéticos e idosos.
Entre os sintomas mais comuns da pressão alta estão:
dores no peito, dor de cabeça, fraqueza, tonturas, visão embaçada, zumbido no
ouvido e sangramento nasal. Para pessoas acima dos 20 anos, a melhor forma de
diagnosticar o problema é aferir a pressão anualmente; quando há casos na
família, a recomendação é verificar pelo menos duas vezes por ano.
Para prevenir a doença é preciso fazer mudanças
no estilo de vida, incluindo manter o peso adequado, não abusar do sal,
praticar exercício físico regularmente, controlar o diabetes, evitar o consumo
de alimentos gordurosos, reduzir o stress, não fumar e diminuir a ingestão de álcool.
https://veja.abril.com.br/saude/pesquisadores-desenvolvem-nova-forma-de-tratar-hipertensao/
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