quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Aplicação de Insulina

Aplicação de Insulina

Desde que foi decidido pelo medico o tratamento com insulina, você deve prestar muita atenção no tipo de insulina prescrita, nas doses recomendadas, não podendo o paciente mudar nem o tipo nem a dose, sem a devida orientação medica.
Nos últimos anos, houve grande progresso no desenvolvimento de sistemas de aplicação, desde as tradicionais seringas e agulhas, cada vez mais finas, o que tornou a aplicação de insulina mais confortável e quase indolor. As canetas de aplicação e as bombas de infusão foram desenvolvidas e aprimoradas.

Locais de aplicação
É importante alternar periodicamente o local de cada aplicação de insulina, fazendo rodízio, uma vez que, quando uma área é utilizada muitas vezes para injetar-se, pode haver problemas degenerativos locais, ate mesmo, prejudicando absorção e conseqüentemente prejudicando o bom controle do Diabetes . As áreas mais adequadas para a aplicação de insulina são:
• Parede abdominal 
• Coxas 
• Nádegas 
• Braços
Assim, sendo uma área relativamente ampla, permite perfeita rotatividade quanto ao local de injeção.
Existem duas maneiras para realizar o rodízio de aplicação de insulina:
1 - Utilizar uma região para cada aplicação diária, ou seja, caso faça três aplicações por dia, utilizar por exemplo: abdomen, coxas e braços.
2 - Dividir as regiões em vários pontos “imaginários”, de forma que cada região tenha em média de 5 à 7 pontos com uma distância de 2 cm entre eles. Desta maneira, cada região poderá ser utilizada para várias aplicações consecutivas, de forma que após a utilização de todos os pontos de todas as regiões, a pele terá um maior tempo para restabelecer-se, diminuindo a probabilidade de problemas degenerativos locais.
Quem fizer uma aplicação diária de insulina poderá utilizar, por exemplo, a coxa direita por até 7 dias, e sucessivamente a coxa esquerda, braço direito, braço esquerdo, parede abdominal, nádegas. Desta maneira, quando retornar a aplicação na coxa direita já terão se passado em média 56 dias, ou seja, tempo suficiente para o “descanso” e restabelecimento da pele da região.
Esta técnica tem sido mais recomendada e aceita pelos profissionais, pois, diminui os casos de lipodistrofias e melhora significantiva na absorção da insulina.

Aplicação com Seringa
Estão disponíveis no mercado brasileiro diversas marcas.
Seringas para aplicação de insulina com agulhas fixas (embutidas), com escalas de graduação de ½ em ½ unidades , de 1 em 1 unidade e de 2 em 2 unidades, com agulhas de comprimentos e diâmetros distintos, onde quanto maior o diâmetro mais grossa a agulha, tais como:
• 12,7 mm x 0,33 mm ( 29 G)
• 8,0 mm x 0,30 mm (30 G)
• 6,0 mm x 0,25 mm (31 G)

É comum perguntar-se: “Qual o tamanho de agulha mais indicado para o meu caso?”
Ao iniciar-se a insulinoterapia a orientação quanto ao tamanho da agulha era baseado de acordo com o IMC (índice de massa corpórea) da pessoa.
Posteriormente, verificou-se que o tipo físico de cada paciente era um fator importante nessa tomada de decisão; pois muitos apresentavam sobrepeso, ou tinham o tecido adiposo (gordura) localizado em alguma parte do corpo, por exemplo: região abdominal, e se o mesmo tamanho de agulha indicada para esse caso de 12,7 mm fosse utilizada na aplicação na coxa com pouco tecido adiposo poderia atingir o músculo e aumentar o risco de hipoglicemia.
Assim sendo, passou-se a indicar o tamanho da agulha após avaliação das regiões indicas para a aplicação de insulina e preconizando um tamanho adequado para cada região.
O conceito de que pessoas magras devem usar agulha mais curta, enquanto que pessoas com sobrepeso ou obesas devem usar agulha mais longa, começou a ser mudado após pesquisa cientifica apresentada no Congresso da Associação Americana de Diabetes (ADA), em 2010.
Sabe-se que, deve-se aplicar insulina no tecido subcutâneo (camada abaixo da pele).
A pesquisa demonstrou que a espessura da pele não ultrapassa a 3,2 mm e que a absorção da insulina não foi alterada quando aplicada com agulha de 4 mm quer em pessoas magras, com sobrepeso ou obesas. Obteve-se o mesmo controle glicêmico, comparado com pessoas que mantiveram a aplicação de insulina com o uso de agulhas tradicionais.
Esta conclusão permitiu o lançamento no mercado internacional de agulhas de 4 mmm para utilização no sistema de aplicação - caneta de insulina (Pen)-, indicada para todas as pessoas
Acredita-se que com mais esse avanço na aplicação de insulina, por ser mais confortável, praticamente indolor, levará a uma maior e melhor adesão dos diabéticos ao tratamento com insulina.

“Fazer ou não a prega cutânea?”
A maioria dos textos sobre técnicas de aplicação de insulina refere-se a pratica de fazer-se a prega cutânea. Atualmente, com a disponibilidade de agulhas menores (4, 5, 6 e 8 mm) a recomendação quanto a fazer ou não a prega cutânea passou a ser questão de escolha, sendo que, ela é dispensável. Para o caso de uso de agulha tradicional de 12,7 mm, recomenda-se fazer a prega cutânea.

Procedimentos adequados para a devida aplicação de insulina.
1. Lave bem as mãos e o local de aplicação com um algodão embebido com álcool.
2. Verifique se a seringa é correta, pois há seringas que são graduadas de ½ em ½ unidades, de 1 em 1 unidade e de 2 em 2 unidades.  
3. Retire a insulina da geladeira para atingir a temperatura ambiente.
4. Se usar insulina de ação intermediaria de aspecto leitoso (NPH ou Pré-mistura) , agite suavemente o frasco ate que o liquido fique homogêneo.  
5. Introduza uma quantidade de ar na seringa, que corresponda à dose de insulina a ser aplicada, e injete lentamente dentro do frasco, mantendo-o na posição vertical, diante dos olhos.
6. Vire o frasco de cabeça para baixo, bata na seringa com os dedos, suavemente, para retirar as bolhas de ar.  
7. Injete o excesso de insulina do frasco e retire a agulha.  
8. Faça ou não a prega cutânea e introduza a agulha em ângulo de 90 graus no tecido subcutâneo. Em crianças e pessoas magras, introduza a agulha com um ângulo de 45 graus. A prega deve ser solta antes da aplicação.  
9. Injete a insulina lentamente, retire a agulha suavemente e passe o algodão embebido com álcool sobre o local.
10. Jogue a seringa descartável fora, tomando o cuidado de recolocar a tampa na agulha.

Canetas de Aplicação
A opção mais segura, prática e confortável para aplicar-se insulina esta disponível através das canetas de aplicação.
O refil das canetas, após iniciado o seu uso, pode (deve) ser mantido em temperatura ambiente.
Também existem atualmente as canetas de aplicação já prontas para o uso, o paciente não precisa trocar o refil, uma vez que elas já vêm prontas para a utilização.
As agulhas utilizadas nas canetas são também bastante finas e pequenas e estão disponíveis no mercado brasileiro com diferentes comprimentos e diâmetros, tais como:
• 12,7 mm x 0,33 mm (29 G) 
• 8 mm x 0,25 mm (31 G)
• 5 mm x 0,25 mm (31 G) 
• 4 mm x 0,23 mm (32 G)

Bombas de Infusão de Insulina

A bomba de infusão de insulina é um aparelho pequeno, do tamanho de um Pager, ligado ao corpo por um cateter com agulha flexível na ponta. A agulha é inserida na região subcutânea do abdômen ou da coxa e deve ser substituída, a cada dois ou três dias, para evitar obstruções.
Não é uma bomba inteligente, isto é, ela não mede a glicemia ou indica a quantidade de insulina a ser administrada. A dosagem da glicemia permanece sendo realizada através do glicosímetro e não pela bomba. O funcionamento é simples, liberando quantidade de insulina basal, programada pelo medico, 24 horas por dia, tenta imitar o funcionamento do pâncreas de uma pessoa normal. No entanto, a cada refeição é preciso calcular a quantidade de carboidratos que será ingerida e programar o aparelho para lançar quantidade de insulina de ação rápida ou ultra-rápida (análogo) no organismo.

Candidato ideal para usar a bomba de insulina é o diabético que:
• Consegue medir a glicemia capilar, no mínimo 4 vezes ao dia. Na fase de ajuste de doses de insulina a serem usadas na bomba, passe a medir a glicemia no mínimo 6 vezes por dia. 
• Segue as recomendações medicas e mantém contato com a equipe responsável pela bomba, seguindo a dieta recomendada.
• Tem condições financeiras para arcar com os custos. 
• Está disposto a usar o aparelho 24 horas por dia junto ao corpo. 
• Manter a pratica da atividade física.

Vantagens do uso:
• Maior flexibilidade no horário das refeições 
• Reduz o risco de hipoglicemias, e a longo prazo as complicações decorrentes do diabetes., assumindo o uso da bomba de maneira adequada. 
• Melhora o controle glicêmico e níveis da Hemoglobina glicosilada. 
• Melhor controle do chamado fenômeno do amanhecer, responsável pela elevação da glicemia entre as 4 e 8 horas da manha, que causa hiperglicemia, se o diabético não tiver calculado a dose de insulina na noite anterior, ou não se levantar de madrugada para administrá-la. Com o uso da bomba, esse problema está resolvido.





Armazenagem e Transporte de insulina

Os seguintes cuidados devem ser observados quanto ao armazenamento e transporte da insulina.
• A estocagem de insulina deve ser feita em geladeira,na temperatura entre 2 a 8 graus. Deve-se evitar estocar a insulina na porta, onde há maior variação de temperatura. Siga sempre as orientações escritas na bula do medicamento.
• Não exponha a insulina ao sol e evite calor excessivo, como o porta-luvas do carro, em cima de estufa, fogão ou aparelhos eletrônicos. 
• Não congele a insulina, nem faça seu transporte em contato com gelo seco. 
• Em viagens longas, leve a insulina na bagagem de mão, usando um recipiente (bolsa) isotérmico. 
• Não agite vigorosamente o frasco de insulina. 
• Não use insulina com data de validade vencida. 
• Não (use a insulina se observar mudança no seu aspecto, cor amarela escuro, granulações, turvação, por exemplo)

Limites de temperatura que podem ser aplicados 
Automonitorização (autocontrole)

O autocontrole do diabetes consiste em balancear adequadamente a alimentação, os exercícios físicos, a medicação, insulina ou hipoglimeciantes orais.
O autocontrole começa mediante medida da glicemia, que varia durante o dia, e, por essa razão deve ser medida para ser controlada.
Pode-se medir a glicemia de duas maneiras; diretamente do sangue (glicemia) ou indiretamente, através da urina (glicosuria).
Para medir-se a glicemia, utiliza-se um equipamento denominado Glicosímetro (um monitor), onde uma gota de sangue é colocada numa fita reagente e colocada no aparelho que calcula a glicemia em alguns segundos.  
Existem diversos monitores disponíveis no mercado. Para avaliar de forma indireta , pela urina, é necessário utilizar tiras para glicosuria e cetonas. Em uma tira,deve-se desprezar a primeira urina e depois molhe a parte reagente da fita na urina. Espere o tempo indicado. Compare a cor com as opções que estão no tubo.
Esse controle é pouco preciso, porque o açúcar na urina somente aparece quando a glicemia estiver acima de 180 mg/ml ,e o rim começa a filtrar a glicose.
Usando sempre o Diário do Diabético, anote os resultados das glicemias, e as doses de insulina, os horários, glicosurias, e qualquer outro dado que possa influenciar a sua glicemia: exercícios físicos, doenças, etc.
Leve sempre o seu diário para o seu medico ver a cada consulta.

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