segunda-feira, 19 de abril de 2010

DIETA ALIMENTAR PARA DIABÉTICOS

Necessidades energéticas

As necessidades calóricas variam de acordo com alguns parâmetros tais como: a idade, o peso, a altura, o estado nutricional e principalmente o tipo de atividade física.

Assim, se o diabético é uma criança ou um jovem, a sua alimentação deve ser caloricamente adaptada às diferentes fases de crescimento, desenvolvimento e actividade física. Em relação ao diabético adulto, se tiver excesso de peso ou obesidade será conveniente fazer uma alimentação com restrição calórica, variável consoante o caso.

Esta restrição, principalmente quando se associa a um programa de atividade física, vai permitir a redução do peso em excesso, o que é benéfico para a compensação da diabetes. Se pelo contrário o peso é normal, então a quantidade de calorias da sua alimentação deve continuar a ser suficiente para manter esse peso.

Modo de confecção

De preferência cozidos, grelhados, estufados ou assados sem molhos com gordura. As frituras, embora sejam pouco recomendáveis, devem ser feitas com pouco azeite, óleo de amendoim ou igualmente pouca banha.

Os óleos vegetais só devem ser utilizados para temperar (nunca para fritar) e, como já foi referido, o azeite pode ser utilizado para temperar e para cozinhar: nos estufados ou nos assados.

Produtos especiais para diabéticos

Estes produtos contêm freqüentemente outras substâncias nutritivas para substituir o açúcar, como: xarope de milho, mel, dextrose, maltose, frutose, açúcar invertido, sorbitol, manitol e outros. Embora apenas alguns deles possam ser absorvidos mais lentamente que o açúcar, não existem ainda razões suficientes para se pensar que o uso destas substâncias seja de fato vantajoso.

Alguns produtos até são mais calóricos porque têm mais gordura, outros podem provocar perturbações gastro-intestinais quando consumidos em grande quantidade e, por fim, são geralmente mais caros.

Proteínas

Todos os excessos têm mais desvantagens do que vantagens e as proteínas não são exceção. Devem ser consumidas em quantidades normais, ou seja, não mais do que a quantidade correspondente às necessidades de cada indivíduo, variando principalmente com a idade.

As proteínas são importantes para fazermos e mantermos a estrutura das nossas células e tecidos. São também importantes no combate às doenças. Mas é errado pensar que são as proteínas que nos dão energia para trabalhar e que, portanto, quanto mais melhor. Não! Essa energia deve vir dos hidratos de carbono (principalmente do amido).

O excesso de proteínas repetido dia após dia, sobrecarrega o organismo com desperdícios energéticos e com maior «trabalho» para os rins. É também por esta razão que novamente se afirma que não é preciso comer grandes quantidades de carne ou derivados desta todos os dias.

Relativamente ao leite é suficiente a ingestão de 500 a 700 ml/dia, e uma parte pode ser substituída por iogurtes ou queijo pouco gordo. Não esquecer que cerca de metade das proteínas totais devem ser de origem vegetal. Neste contexto, destacam-se principalmente as leguminosas (feijões, grãos, ervilhas, favas e lentilhas), com uma qualidade nutricional invejável por conseguirem reunir simultaneamente um teor relativamente elevado em proteínas vegetais, fibras e hidratos de carbono de baixo poder hiperglicemiante.

Como não têm praticamente gordura, o consumo regular destes alimentos permite uma redução substancial da ingestão de gordura total e principalmente da gordura saturada porque substitui, em parte, o consumo de produtos de origem animal, especialmente de carne.

Vitaminas, Minerais e Fibras

Nunca é demais consumir abundantemente vegetais, hortaliças, frutas frescas e leguminosas, devido à sua riqueza em fibras, vitaminas e minerais. Como? No prato, cozidos ou em saladas cruas ou ainda na sopa, onde se aproveita o máximo de nutrientes diluídos no caldo.

As fibras são não só importantes para prevenirem ou até corrigirem as alterações dos níveis do colesterol no sangue, como também contribuem para tornar mais lenta a absorção dos hidratos de carbono (evita as hiperglicemias).

Mais uma vez se chama a atenção para as leguminosas que conseguem fornecer ao mesmo tempo fibras, amido e proteínas vegetais. Para fornecerem mais fibra, os cereais devem ser parcialmente completos e não totalmente refinados. Relativamente às frutas, vegetais e hortaliças, quanto mais vermelhos, amarelos ou verde-escuro forem, maior é a sua riqueza em vitaminas anti-oxidantes: vitamina C e Beta-caroteno.

Os diabéticos necessitam de um consumo muito superior destas vitaminas tão indispensáveis na prevenção e tratamento das manifestações tardias da doença. Funcionam como um meio de defesa que utilizam em grande quantidade e que precisam de ir repondo constantemente.

Hidratos de carbono

A alimentação de qualquer diabético deve basear-se na ingestão de alimentos fornecedores de hidratos de carbono como principal fonte da sua energia diária, devendo contribuir por isso com cerca de 60 % das calorias totais necessárias.

Isto implica muitas vezes uma alteração de hábitos já adquiridos em que, erradamente, se fazem demasiadas restrições em hidratos de carbono. Pelo contrário, a gordura deve contribuir com apenas 25 a 30% das calorias, enquanto que as proteínas devem contribuir com 10 a 15% das calorias.

Os hidratos de carbono que devem ser ingeridos em maior quantidade são do tipo de absorção mais lenta – a que se chama amido – porque provocam menores oscilações das glicémias. Ou seja, após a ingestão de alimentos ricos em amido, a glicemia aumenta muito mais devagar e a um nível muito mais baixo.

Os alimentos ricos em amido são: as massas, o feijão, o grão, as ervilhas, as favas, as lentilhas e o pão de mistura. Estes alimentos não só podem, como devem ser consumidos todos os dias em quantidades adaptadas às necessidades individuais. O arroz e a batata também são ricos em amido, embora se trate de um tipo de amido que tem uma absorção menos lenta.Devem por isso ser consumidos com alguma moderação.

Existem outros tipos de hidratos de carbono necessários em menor quantidade e com velocidade de absorção intermediária. São fornecidos pelo leite e pelos iogurtes – a que se chama lactose – e pelas frutas – a frutose.

Os hidratos de carbono que têm uma absorção mais rápida e até quase imediata são a sacarose (do açúcar) e a glucose. Por este motivo devem ser evitados todos os alimentos que os contenham em grandes quantidades. Por exemplo: refrigerantes, doces, bolos, mel, compotas, marmelada, frutas cristalizadas, passas, etc.

Toleram-se apenas em dias festivos, em quantidade muito moderada e no fim de uma refeição, à sobremesa. A ingestão de alimentos com hidratos de carbono de absorção muito rápida deve ser apenas reservada para corrigir uma hipoglicemia. Neste caso, a primeira escolha vai para o açúcar e para os refrigerantes ou outras bebidas com açúcar.

Fracionamento alimentar

Uma correta distribuição dos hidratos de carbono ao longo do dia é importante para toda a gente, mais ainda para o diabético. Deve-se comer pouco e várias vezes ao dia. Ou seja, os hidratos de carbono devem ser distribuidos por 6 ou 7 refeições diárias, com intervalos entre 2 a 3 horas entre cada uma delas durante o dia e com um repouso de cerca de 8 horas durante a noite.

Deste modo evitam-se as grandes variações da glicemia. Tanto se previne a hipoglicemia entre as refeições, como se evita a hiperglicemia após as refeições, resultante da ingestão de grandes quantidades de alimentos.

Gorduras

O consumo de gordura que tem aumentado muito, deve ser reduzido. E deve ser reduzido principalmente o tipo de gordura mais prejudicial – a que tem mais ácidos gordos saturados – contida principalmente na carne dos ruminantes e outros produtos derivados (manteiga, natas, queijos gordos, enchidos, charcutaria, etc).

Atenção às gorduras escondidas nos bolos, folhados, batatas fritas, empadas e outros salgadinhos. Relativamente à carne, é suficiente a sua ingestão algumas vezes por semana, devendo dar-se preferência às carnes mais magras como as das aves (sem a pele), do coelho e alguma carne de porco magra. Intercalar estas com os ovos (cozidos ou pochê) e principalmente com o peixe que merece especial destaque na alimentação por ter um papel importante na prevenção das doenças cardiovasculares.

Este efeito deve-se à excelente qualidade da gordura que os peixes contêm, com capacidade de tornar o sangue mais fluído e de diminuir os processos inflamatórios. Por isso, ao contrário da carne, devem preferir-se os peixes mais gordos (e por vezes os mais baratos), tais como: a sardinha, a cavala, o arenque, a enguia, o carapau, a sarda e o salmão.

A manteiga pode ser consumida numa quantidade equivalente a um pacotinho de 15 g/dia. Para temperar, destaca-se o grande benefício do uso do azeite, cujo consumo parece impedir o desenvolvimento da arterosclerose.

Para cozinhar também, porque é uma gordura que se degrada muito pouco quando sujeita ao calor. Os frutos amiláceos como a noz, a avelã e a amêndoa (não salgados), embora sejam ricos em gordura, podem ser consumidos em pequena quantidade cerca de 2 vezes por semana, porque contêm: gordura de excelente qualidade.

Água e outras bebidas alcoólicas e não alcoólicas

A água (não açucarada) deve ser sempre a bebida de primeira escolha. Pelo menos 1,5 litros por dia. Os refrigerantes não são mais do que uma água açucarada a que se adicionam alguns corantes. A quantidade de açúcar que fornecem por cada copo de 2,5 dl equivale a cerca de 3 pacotes de açúcar.

Têm por isso pouco interesse sob o ponto de vista alimentar, devendo recorrer-se a este tipo de bebidas só quando for preciso corrigir uma hipoglicemia. Os sumos de fruta 100% contêm apenas o açúcar natural da própria fruta. Podem ser consumidos com alguma moderação, mas nunca com o objetivo de substituir a fruta fresca.

Nos produtos "light" o açúcar é substituído por adoçantes artificiais, constituindo por isso uma alternativa aos produtos açucarados. Quanto às bebidas alcoólicas, apenas ao diabético adulto e bem compensado se permite a ingestão de vinho, de preferência tinto e só 250 ml por dia, às refeições.

Relativamente à cerveja, tolera-se o consumo de 200 ml, duas ou três vezes por semana. Não se tolera mais nenhuma bebida alcoólica. Nenhuma bebida é permitida durante a gravidez, ou em caso de pancreatite, neuropatia e hipoglicemias freqüentes.

2) DIABETES E O RISCO CARDÍACO

Muitos diabéticos desconhecem riscos cardíacos específicos
Muitos diabéticos desconhecem as complicações mais sérias que envolvem sua condição, mostrou um estudo divulgado pela Associação Norte-Americana de Diabetes.

O estudo concluiu que embora os diabéticos estejam cientes de que a condição possa acarretar cegueira e amputação de membros, muitos não sabem que correm maior risco de sofrer um ataque cardíaco ou derrame.

E, embora 75 por cento dos diabéticos entrevistados tenham dito que já sofreram de hipertensão, colesterol alto ou mesmo um derrame, os problemas não foram relacionados a diabetes. Doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre os diabéticos norte-americanos.

A pesquisa mostrou ainda que:
. Mais de 50 por cento das pessoas que sofrem de diabetes não se sentem sob riscode sofrer um derrame ou problema cardíaco.
. Quase 60 por cento não se sentem sob risco de hipertensão ou colesterol alto.
. Diabéticos com mais de 65 anos são os maiores desconhecedores dos riscos.
. Quase 10 por cento dos diabéticos não são capazes de nomear uma complicação grave de sua condição.
. O desconhecimento é maior entre os mais velhos, os negros e a população de origem latino-americana.

Ainda segundo o estudo, muitos diabéticos não sabem como reduzir os riscos de um ataque cardíaco e de um derrame. A pesquisa também concluiu que embora os diabéticos visitem regularmente o médico, dificilmente falam sobre a prevenção de problemas cardíacos.

http://www.velhosamigos.com.br/Dicas/dicas44.html

Nenhum comentário: