Bibiana Prada de Camargo Colenci
Endocrinologia e Diabetes
CRM 93718
1. O que é a insulina?
A insulina é um hormônio anabolizante, ou seja, ela nos ajuda a crescer e manter nossos órgãos saudáveis. Mais do que isso, a insulina ajuda a colocar o açúcar dentro da célula; e o açúcar será o combustível para gerar energia e manter a célula fazendo suas atividades habituais.
2. O que acontece se falta insulina?
A ausência de insulina altera o metabolismo do açúcar: ele falta dentro das células e acumula no sangue. A falta de açúcar na célula faz com que ela queime outros combustíveis, formando ácidos. O acúmulo desses ácidos no interior das células e no sangue pode levar à desorientação e ao coma. A utilização de elementos importantes como gorduras e proteínas leva à perda de peso, à custa de queima de músculos e órgãos vitais. Por outro lado, o excesso de açúcar no sangue leva a um processo inflamatório dos vasos que, em conjunto com outros fatores, pode levar a obstrução delas. O organismo tenta livrar-se deste excesso de açúcar; assim, o indivíduo urina muito e perda muita água, podendo ficar desidratado, o que piora o quadro desorientação e acelera a instalação do coma.
3. Se eu tomar insulina vou ficar dependente?
Não. INSULINA NÁO CAUSA DEPENDÊNCIA. Ou você precisa de insulina, ou não precisa. No Diabetes Mellitus infantil (tipo 1) há falência da produção de insulina; não há insulina circulante. Para se evitar o quadro descrito acima há necessidade de se repor a substância que o corpo não fabrica, ou seja, a insulina.
Algumas vezes o diabético em tratamento com comprimidos necessita de insulina temporariamente. Por exemplo, quando tem que passar por alguma cirurgia, durante a gestação, ou quando apresenta infecção grave. Nestes casos, após a resolução do quadro, podemos voltar à terapia anterior.
Há outros casos em que o pâncreas para de produzir a insulina. É o que ocorre na apresentação do Diabetes tipo I, por destruição das células que produzem insulina, ou pela duração prolongada do Diabetes tipo II, quando as células param de produzir insulina. Nestes casos, a reposição de insulina é vital. Há pessoas que resistem ao uso de insulina, mas, após a introdução deste tratamento, passam a se sentir melhor e se questionam porque não iniciaram antes o tratamento com insulina. Quanto mais precoce a introdução de insulina, melhor.
4. Quando minha avó introduziu insulina há alguns anos, ela piorou... Porque?
Porque até há algum tempo os critérios para introdução de insulina no tratamento do Diabetes eram outros. No momento da introdução, o indivíduo já apresentava diversas complicações irreversíveis causadas pelos longos anos de diabetes mal controlado. Desta forma, o beneficio do uso de insulina já não era tão grande. Hoje, o tratamento precoce com insulina possibilita preservar as funções do organismo e evitar complicações que podem reduzir a qualidade de vida e morte.
Além disto, ao iniciarmos o tratamento antes de esgotar a reserva de insulina preservamos nosso pâncreas para uma eventual necessidade (por exemplo, em momentos de infecção). Trabalhos recentes apontam que pessoas que introduzem insulina no início do tratamento do Diabetes têm menos complicações do que as que não fizeram uso precoce.
5. Quais os benefícios da REPOSIÇÃO DE INSULINA?
Na dose certa, prescrita por seu endocrinologista, a insulina:
1. Melhora o controle glicêmico evitando futuras complicações.
2. Preserva a insulina que seu corpo produz
3. Ajuda a melhorar seu controle de colesterol e de triglicérides
4. Ajuda a recuperar a massa óssea e muscular perdida durante o descontrole glicêmico
5. Melhora seu bem estar geral e disposição (através da melhora do controle glicêmico)
6. Melhora o raciocínio
Conclusão: Não há motivo para descartar o tratamento precoce com insulina como uma das melhores opções para o paciente diabético. Tenha em mente que a insulina poderá salvar sua vida, pois previne o desenvolvimento das complicações e trará, juntamente com o bom controle da glicemia, uma ótima qualidade de vida.
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