Um novo estudo mostrou que o
procedimento é efetivo para os pacientes com diabetes tipo 2, tanto sob ponto
de vista clínico quanto econômico -- os portadores da doença que se submetem à
cirurgia reduzem os gastos com medicamentos e atendimento médico em até 30%.
Pacientes com diabetes tipo 2 que
foram submetidos à cirurgia bariátrica e metabólica tiveram uma redução nos
gastos com medicamentos e atendimento médico em torno de 30%(Thinkstock/VEJA)
Pacientes obesos e diabéticos
deveriam ter prioridade na indicação da cirurgia bariátrica metabólica. É o que
diz um estudo publicado recentemente no periódico científico The Lancet. De
acordo com os pesquisadores, a priorização deste grupo é importante tanto do
ponto de vista clínico quanto econômico. Os resultados do estudo mostraram que
os pacientes que realizaram a cirurgia tiveram uma redução nos gastos com
medicamentos e atendimento médico em torno de 30%.
O trabalho foi realizado com
cerca de quatro mil pacientes do sistema de saúde sueco que foram acompanhados
por 15 anos. Destes, uma parte foi submetida à cirurgia bariátrica e metabólica
e a outra continuou a ser tratada clinicamente, apenas com remédios e outras
terapias.
Após os 15 anos de
acompanhamento, o estudo concluiu que, entre os pacientes operados, a economia
com os diabéticos foi maior, quando comparados aos pré-diabéticos e aqueles com
glicemia normal. "O estudo SOS vai além ao dizer que entre os pacientes
diabéticos indicados para a cirurgia, deve-se priorizar aqueles com até um ano
de diagnóstico da doença", afirma Ricardo Cohen, cirurgião-geral e diretor
do Centro de Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
De acordo com o cirurgião, este
estudo é um dos mais importantes realizados até então, pois é o primeiro que
prova que a cirurgia não é só efetiva em longo prazo, mas também traz um
impacto econômico significativo para os pacientes e para o sistema de saúde.
Para ser considerada obesa, uma
pessoa deve ter um índice de massa corporal (IMC) igual ou acima de30. No
entanto, as diretrizes atuais indicam a cirurgia bariátrica apenas para
pacientes com IMC acima de 35. "O que estamos tentando fazer é mudar essa
diretriz, pois pacientes com um IMC mais baixo e com diabetes podem se
beneficiar muito com a cirurgia. Este estudo junta-se a outras pesquisas no
Brasil e no mundo ao concluir que, no tratamento cirúrgico, tão ou mais
importante que perder peso é controlar as doenças associadas, em especial o
diabetes, que está relacionada a riscos cardiovasculares e de
mortalidade", afirma Cohen.
Cirurgia bariátrica - Em
editorial que acompanha o estudo, no periódico The Lancet, o cirurgião define a
a cirurgia bariátrica como qualquer intervenção no trato gastrointestinal,
principalmente aquelas que redirecionam a passagem de alimentos.
No caso da cirurgia conhecida
como by-pass gástrico, o estômago do paciente, que normalmente possui o tamanho
de uma bola de futebol, é reduzido para o equivalente a uma bola de golfe. Esse
estômago menor também é ligado diretamente ao intestino delgado, limitando a
absorção de calorias. Já no caso da banda gástrica ajustável, uma prótese de
silicone é colocada na parte de cima do estômago, que faz os pacientes
sentirem-se saciados mais rapidamente.
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