Vivemos num mundo “sexualizado”. As imagens sexuais estão ou parecem estar em todo o lado – na televisão, nas revistas e estampadas em todos os cartazes promocionais. No entanto, o sexo real permanece um assunto particularmente privado. A maioria de nós nos sentimos desconfortáveis ao falar da nossa intimidade e isso torna difícil discutir qualquer problema que possa surgir.
Infelizmente, as pessoas com diabetes têm mais probabilidades do que a maioria de vir a sofrer problemas sexuais. Estima-se que 25% das mulheres e 50% dos homens com diabetes venham a ter algum tipo de problema sexual como resultado da sua condição.
No homem, o problema sexual mais comum ligado à diabetes é a disfunção erétil (DE), que se caracteriza por dificuldades em conseguir ou manter uma ereção. Existem várias causas de DE:
• Níveis de açúcar no sangue mal controlados devido a uma gestão inadequada da diabetes
• Danos que a diabetes pode causar em longo prazo no sistema nervoso, no que envolve conseguir e manter uma ereção
• Efeitos secundários de alguma medicação, como por exemplo, os fármacos utilizados para o tratamento da hipertensão arterial
• Tabagismo
• Consumo de álcool
Para muitos homens, o problema pode ser solucionado simplesmente melhorando o controlo da diabetes, de modo a assegurar que o açúcar no sangue permanece adequadamente controlado. No entanto, se o problema persistir, devem procurar um profissional da saúde, para orientar e ajudar.
Conhece-se muito menos sobre os problemas sexuais na mulher com diabetes do que no homem. Existe uma tendência para que sejam os doentes masculinos a reunir informação sobre a disfunção sexual e a mulher tende a não assumir a questão. Isto pode fazer com que a mulher se sinta anormal ou talvez não associe os seus problemas sexuais com a diabetes, até porque, entendo que a mulher não tem muita facilidade em se colocar nessa vivencia (sexual), de forma tranqüila e satisfatória.
Os problemas sexuais mais comuns referidos pela mulher com diabetes são:
• Dificuldades em atingir o orgasmo
• Problemas com a lubrificação
• Falta de excitação
Existem várias coisas que a mulher pode fazer para ajudar a minorar esses problemas. Se a falta de lubrificação é um problema, um lubrificante pode ajudar. Este pode ser prescrito por um médico, ou pode ser comprado na farmácia local ou supermercado. Vale a pena lembrar que o lubrificante pode aumentar significativamente a sua vida sexual e não é um sinal que a sua sexualidade está a diminuir. Se a falta de lubrificação leva a dor, o melhor é transmiti-lo ao seu médico ou equipe de profissionais de saúde, uma vez que a dor durante ou depois do sexo não pode ser ignorada.
Tal como com o homem, também é importante assegurar que a sua diabetes se encontra sob controlo adequado. Seguir os conselhos de saúde e de gestão da diabetes irá ajudar a mulher que está a ter problemas sexuais, tal como freqüentemente uma falta de desejo se encontra ligado a uma má saúde geral. Manter-se saudável, ativa e alimentar-se corretamente irá aumentar o bem-estar geral da mulher e pode ajudar a corrigir qualquer problema sexual temporário.
Algumas mulheres consideram que ter diabetes afeta a sua auto-confiança, o que pode levar a mais problemas sexuais. Se for esse o caso, falar com a sua equipe de profissionais de saúde sobre as suas preocupações pode ajudar.
FALAR COM O SEU PARCEIRO
Os problemas sexuais podem rapidamente afetar a melhor das relações, por isso, tanto para o homem como para a mulher, é importante a comunicação, é importante falar com o parceiro sobre quaisquer problemas que possam ter. É uma necessidade de nós todos nos sentirmos acarinhados e amados, mas quando temos dificuldades sexuais, esses momentos íntimos tendem a desaparecer. A princípio acontece muito gradualmente, depois percebe que já não se sentam juntos no sofá, um dos dois vai para a cama mais cedo e depois, finalmente, quando existe um quarto livre, existe freqüentemente a desculpa para dormir separado. A solidão inerente à incapacidade de tocar e acordar com o seu parceiro ao seu lado pode provocar uma tristeza intensa.
Falar acerca do problema é o primeiro passo para quebrar este ciclo. É mais fácil dizê-lo do que fazê-lo. O sexo é um assunto delicado e falar com o parceiro pode parecer intimidante. Quer tenha uma nova relação ou uma relação com muitos anos, encontrar uma linguagem para falar acerca das questões íntimas, mostra que o casal, desfruta de uma relação muito amorosa. Uma relação é a capacidade de duas pessoas de utilizarem as suas faculdades, para melhorar os estilos de vida de cada um. Não há necessidade de efetuar críticas. Precisamos falar sobre os nossos medos e sobre as nossas expectativas relativamente à relação, já que não podemos esperar que o nosso parceiro nos leia a mente.
É uma possibilidade e costuma funcionar, a leitura de um artigo sobre sexo, pois isso possibilita abrir um canal para dialogo. Também sobre diabetes (talvez este) e utilizá-lo para discutir com o parceiro se pensam que a diabetes afetou a sua vida sexual. Também recomenda a consulta de um terapeuta profissional. Ele poderá fornecer informação sobre o efeito da diabetes na resposta sexual, assim como ajudar cada parceiro a ter a confiança para comunicar aberta e honestamente. Ter uma terceira pessoa a ouvir e a reconhecer as suas preocupações é certamente um passo em frente na direção certa.
Telma de Oliveira Mendonça
Sexóloga
Terapeuta (Terapia Nexus)
Professora
Palestrante
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