quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Artigo comentado: Progression to microalbuminúria in patients with type 1 diabetes: a seven-year prospective study


Artigo comentado: Progression to microalbuminúria in patients with type 1 diabetes: a seven-year prospective study


O artigo intitulado: “Progressão para a microalbuminúria em pacientes com diabete melito tipo 1: um estudo prospectivo” foi publicado no periódico Diabetolology & Metabolic Syndrome por  Roberta A Cobas e colaboradores.
A Nefropatia diabética é uma das complicações crônicas mais sérias que acomete os portadores de diabete melito tipo 1 (DM1) e afeta aproximadamente 20 a 30% destes pacientes. É responsável pelo aumento do risco de desenvolver doença cardiovascular e pela evolução para doença renal crônica terminal. O declínio progressivo da função renal nos pacientes com DM1 é um evento precoce e está associado à presença de microalbuminúria.
Este estudo de coorte longitudinal que envolveu pacientes brasileiros com DM1 e normoalbuminúricos teve como objetivo determinar os preditores para o desenvolvimento de microalbuminúria.
Dos 122 pacientes estudados 41% desenvolveram microalbuminúria após 11 (5-15) anos de duração do diabete melito e 5,9 (2,44-7,76) anos de seguimento. Entre as variáveis que apresentaram associação com o desenvolvimento da microalbuminúria (idade, idade ao diagnóstico, duração do diabete melito, pressão arterial, glicemia de jejum, IMC, colesterol total, triglicérides, razão colesterol/HDL e história familiar de diabete tipo 2) os únicos fatores independentes foram IMC [HR 1,12(1,03-1,21)] e razão colesterol/HDL [HR 1,32 (1,05-1,67)].
Na última década o ganho de peso nos pacientes com DM1 tem aumentado e pode estar associado ao uso da insulina se não houver um bom controle glicêmico. Este sobrepeso/obesidade que acomete os portadores de DM1 pode levar à resistência a ação da insulina e também está envolvido na patologia da microalbuminúria.  A resistência a ação da insulina é um fator de risco para lesão renal em parte devido à inflamação e ao estresse oxidativo.
Além dos problemas associados ao excesso de peso os pacientes com DM1 também apresentam predisposição para o desenvolvimento precoce de aterosclerose independentemente dos níveis das lipoproteínas de alta densidade (HDL-colesterol). Tanto o colesterol total como as lipoproteínas de baixa densidade (LDL-colesterol) têm sido associados com a progressão para microalbuminúria.
Em conclusão os autores observaram que um maior IMC e razão colesterol/HDL condição cada vez mais freqüente em pacientes com DM1 aumentaram o risco de desenvolvimento de microalbuminúria em um curto período de seguimento.
Vale observar que os fatores preditores para o desenvolvimento da microalbuminúria encontrados neste estudo são modificáveis e a nutrição tem papel importante neste tratamento. No entanto, esses fatores devem ser identificados precocemente para que se possa realizar a intervenção ainda na fase inicial e manter um monitoramento adequado.
Dra. Flavia Bária
Flavia Bária
Nutricionista Mestre e Doutoranda em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo
Artigo comentado: Progression to microalbuminúria in patients with type 1 diabetes: a seven-year prospective study. Diabetology & Metabolic Syndrome (2011, 3:21).

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