Acompanhe as aventuras de Thomas Brobson, diabético tipo 1 que testa há mais de 5 anos pâncreas artificiais. Será que a tecnologia pode mesmo melhorar a vida?
Brobson testa pâncreas artificiais desde 2007!
Com notícias recentes sobre o desenvolvimento de pâncreas artificiais, uma dúvida talvez passe pela cabeça de quem tem diabetes: como seria usar um pâncreas artificial? Para tentar responder essa pergunta, vamos conhecer Thomas Brobson. Hoje com 54 anos, Thomas é o Diretor Nacional de Pesquisas da JDRF (Juvenile Diabetes Research Foundation, ou Fundação de Pesquisa para Diabetes em Jovens), uma instituição de caridade dedicada a financiar pesquisas sobre diabetes. Mais do que isso, Thomas tem diabetes tipo 1 e participou de testes clínicos de pâncreas artificiais em 2007 e 2012. Agora, através de depoimentos seus, vamos trazer a história dele até vocês. Além de contar suas experiências, Thomas também revela a grande evolução da tecnologia nos últimos anos e fala sobre o atual estágio de desenvolvimento do pâncreas artificial.+ NOVIDADE QUENTE: “Novo pâncreas artificial faz sucesso em feira e ganha prêmio“COMO TUDO COMEÇOUThomas se juntou à equipe da JDRF em 2005, um ano depois de ser diagnosticado com diabetes. Em 2006, a instituição decidiu financiar pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de pâncreas artificiais e Thomas se voluntariou para ser uma “cobaia”. Em 2007 ele participou, pela primeira vez, de testes clínicos na Universidade de Virginia.A PRIMEIRA EXPERIÊNCIADepois de ser conectado ao pâncreas artificial, Thomas lembra de um engenheiro lhe dizer que “o sistema está controlando sua glicemia agora” e de ele pensar “como assim?”. Em sua cabeça, não paravam de passar as perguntas tão frequentes a ele: “preciso comer mais agora?”, “como está minha glicemia?”.“São as primeiras perguntas que eu me faço depois de acordar e as últimas antes de dormir”, contou Thomas, em entrevista para o siteDiabetes Mine. “Foi um momento marcante na minha vida, pois eu percebi que não precisava pensar sobre diabetes. Após algumas horas, eu estava comendo e vivendo, e pensando que o sistema realmente estava em controle. Eu tinha permissão para ver os dados de glicemia, mas não precisava fazer nada a respeito. Foi uma sensação inacreditável e bastante emocionante para mim”.Entretanto, apesar de funcionar bem, o sistema tinha desvantagens. A falta de praticidade era uma delas – Thomas precisava ficar com agulhas intravenosas em ambos os braços, uma para insulina e uma para glucagon. “Ir ao banheiro envolvia eu e mais três pessoas”, ele lembra. Além disso, Thomas não pôde sair do hospital e vivenciar situações do “mundo real”. Isso mudou em sua segunda experiência, cinco anos depois.A EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA E OS TESTES CLÍNICOS EM 2012Quando Thomas voltou para novos testes clínicos em dezembro de 2012, a diferença em relação ao procedimento de cinco anos atrás não poderia ter sido maior. “Eles, literalmente, apenas me deram um celular e falaram ‘vá viver sua vida’”, diz ele.A grande evolução da tecnologia e da internet sem fio dos últimos anos ajudou, e muito, no desenvolvimento do pâncreas artificial. Agora, com bombas de insulina inteligentes e monitores de glicose contínuos, o novo design do pâncreas artificial era prático e discreto, e não tinha a necessidade das desconfortáveis agulhas intravenosas. Tudo se resumia, basicamente, a um dispositivo parecido com um smartphone, com poucos parâmetros para serem ajustados pelo paciente. Dessa vez, não apenas ele poderia sair do hospital, como foi obrigado a fazer isso. Não foi exatamente um grande sacrifício para Thomas seguir essa recomendação médica.Logo após sair do hospital, Thomas foi a um restaurante e pediu um cheeseburger e um sundae. O sistema de pâncreas artificial funcionou perfeitamente, mantendo seus níveis de glicemia estáveis automaticamente. Durante o curto período de teste – de três dias – Thomas precisava apenas ajustar as bombas de insulina ocasionalmente, através de dois simples botões em seu dispositivo.“Durante esses três dias vivendo com o pâncreas artificial, eu não precisava pensar no diabetes. Para mim, a cura do diabetes é justamente não ter que pensar sobre diabetes. O pâncreas artificial não é a cura, mas através dele pude vislumbrar como seria a cura – e essa foi a parte mais poderosa de toda a experiência para mim”.Atualmente, Thomas continua buscando financiamento para novas pesquisas relacionadas ao tratamento do diabetes tipo 1 e ao desenvolvimento de pâncreas artificiais. A próxima etapa, segundo pesquisadores da Universidade de Virginia, é testar o sistema durante um período de 6 meses. Quando os testes clínicos irão acontecer e quando teremos um pâncreas artificial disponível no mercado, ainda não podemos dizer. Mas, se precisarem de voluntários, os cientistas provavelmente saberão onde encontrar um.Ricardo Aguiar é biólogo (UNICAMP), especialista em divulgação científica (LABJOR/UNICAMP) e colabora com o Diabeticool trazendo para a gente as últimas e mais empolgantes novidades da Ciência relacionadas ao diabetes, à saúde e a um estilo de vida mais saudável.
sexta-feira, 18 de abril de 2014
Este homem é um “testador” de pâncreas artificiais!
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