domingo, 22 de junho de 2014

Lantus perde sua superioridade para novos tratamentos

Toujeo tem o mesmo ingrediente activo que o Lantus, chamada insulina glargina, mas em uma concentração três vezes mais elevada.
Toujeo tem o mesmo ingrediente ativo que o Lantus, insulina glargina, mas em uma concentração três vezes mais elevada.
Pacientes com diabetes irão se beneficiar de duas terapias de insulina experimentais que poderiam, eventualmente, substituir o líder global Lantus da Sanofi, de acordo com os resultados de grandes estudos clínicos.
Ambos os tratamentos são insulinas basais, que ajudam os diabéticos a manter os níveis de açúcar no sangue sob controle entre as refeições e durante todo o dia.
Toujeo, é o nome do novo medicamento experimental da Sanofi que está sendo posicionado para suceder o Lantus quando este perder a proteção de patentes no início do próximo ano. Já o laboratório farmacêutico Eli Lilly and Co está trabalhando em uma droga similar ao Lantus.
Estudos de fase final de Toujeo mostraram que os pacientes com diabetes tipo 2 ficaram 31% menos propensos à ter quedas potencialmente perigosas de açúcar no sangue pela noite do que aqueles tomando Lantus, a insulina mais prescrita no mundo, disseram pesquisadores no sábado.
Dr. Geremia Bolli, professor na Universidade de Perugia, na Itália, que ajudou a liderar um dos estudos, acrescentou que, “eventos de baixa de açúcar no sangue, especialmente à noite, são assustadores e uma barreira para o uso da insulina”. Ele apresentou suas descobertas durante as sessões científicas da American Diabetes Association em São Francisco.
Toujeo tem o mesmo ingrediente ativo que o Lantus, a chamada insulina glargina, mas em uma concentração três vezes mais elevada, disse Bolli. Seu nível de atividade não aumenta durante a noite, como é o caso da Lantus.
Os dados de hipoglicemia vieram de uma análise combinada de três estudos de fase III patrocinado pela Sanofi. Os estudos também mostraram que Toujeo e Lantus foram igualmente eficazes no controle do açúcar no sangue total e formaram a base para o recente pedido de comercialização feito pela Sanofi nos EUA para Toujeo. A nova droga também aguarda aprovação na Europa.
Num quarto estudo de fase final envolvendo pacientes com diabetes tipo 1 – a forma menos comum da doença – as taxas de hipoglicemia e controle geral de açúcar no sangue foram similares para Toujeo e Lantus.
Enquanto a Sanofi da França desenvolve o sucessor de sua insulina mais popular, a Lantus, um potencial rival da farmacêutica Eli Lilly dos EUA provou ser tão eficaz e seguro quanto a Lantus para pacientes com diabetes tipo 1 e 2, incluindo incidência semelhante de hipoglicemia.
Os resultados para o fármaco da Lilly, que tem a mesma fórmula molecular da Lantus, basearam-se em seis estudos patrocinados pela Lilly e seu parceiro de Boehringer Ingelheim.
Estudos clínicos completos para este novo produto à base de insulina glargina mostraram que funciona de forma semelhante no corpo e produz resultados clínicos semelhantes ao Lantus.
Apesar de aguardar a aprovação nos Estados Unidos, Europa e Japão, o seu lançamento nos EUA poderia ser adiado até meados de 2016 por causa de uma disputa de patente em andamento com a Sanofi.
Lilly também está desenvolvendo sua própria insulina basal, chamada Peglispro, que em resultados de estudos clínicos divulgados no início deste ano, mostrou-se mais eficaz do que a Lantus na redução dos níveis de açúcar no sangue em pacientes com diabetes tipo 2. Também causou significativamente menos episódios de hipoglicemia durante a noite.
Lilly espera obter a aprovação nos EUA e Europa no início do próximo ano para a droga. Mas os pacientes que tomaram Peglispro tiveram um aumento do número de enzimas hepáticas, um sinal de toxicidade hepática potencial, que poderia dar a Toujeo uma vantagem.

Resumo:
  • Houve 31% menos risco de hipoglicemias noturnas com Toujeo.
  • Taxas de hipoglicemia e controle geral de açúcar no sangue foram similares para Toujeo e Lantus.
  • Toujeo tem o mesmo ingrediente ativo que o Lantus, chamada insulina glargina, mas em uma concentração três vezes mais elevada.

American Diabetes Association 2014 Sessões Científicas; 16 junho de 2014.

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