segunda-feira, 30 de maio de 2016

10 mudanças de hábitos essenciais para conviver com o diabetes


Muitas pessoas que recebem o diagnóstico de diabetes, seja o tipo 1 ou 2, se preocupam em como conviver melhor com essa doença que é crônica, ou seja, requer cuidados para o resto da vida. No entanto, adotar hábitos simples, e que são válidos para quem não é portador dessa condição, já evitam diversas complicações. Veja a seguir os melhores hábitos para evitar complicações comuns do diabetes:

1. Hipoglicemia

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A hipoglicemia é muito comum na vida de quem tem diabetes. "Ela algo inerente ao tratamento de quem usa insulina ou mesmo alguns remédios orais específicos", explica o endocrinologista Marcio Krakauer, membro da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e membro do Conselho Consultivo da Associação Nacional de Assistência aos Diabéticos (ANAD).

No entanto, para evita-la é muito importante seguir hábitos saudáveis e ter bastante controle sob o tratamento, monitorando adequadamente a glicemia, alimentando-se de três em três horas e ajustando a alimentação à atividade física. Mudar o medicamento por conta própria é um hábito perigoso e que pode aumentar a chance de quedas glicêmicas ocorrerem.

E se você tem muitas crises de hipoglicemia, vale moderar a quantidade de álcool que você ingere. "Nos pacientes diabéticos que estão tomando medicamentos que aumentam a quantidade de insulina no sangue ou mesmo naqueles que aplicam insulina, ao beber álcool, o fígado fica muito ocupado desativando o álcool ingerido, e dessa forma não consegue regular a quantidade de açúcar no sangue de forma correta", explica a endocrinologista Andressa Heimbecher, médica colaboradora do Grupo de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Isso leva a um agravamento das crises de baixa de glicose.

2. Ganho de peso

Muitos diabéticos estão mais propensos ao ganho de peso. "Isso ocorre devido ao tratamento, tanto a insulina quanto alguns outros medicamentos usados para regular a glicose", explica Krakauer. No entanto, o especialista ressalta que pessoas com diabetes tendem a estar mesmo acima do peso (é o caso de 80% dos diabéticos tipo 2), e o único jeito de evitar os quilos a mais é seguindo uma dieta equilibrada. Consumir carboidratos com baixo índice glicêmico, como os integrais, e fazer refeições com baixas calorias são a melhor opção, além de fazer atividade física adequada e com supervisão do seu endocrinologista.

3. Excesso de fome

A glicose está altamente relacionada à fome, e como a diabetes desequilibra suas quantidades no organismo, é muito comum o diabético sentir mais fome do que o normal, principalmente a vontade por doces. "Isso ocorre quando há um descontrole do quadro: quando a quantidade de açúcar no sangue sobe, ele costuma ocupar as células responsáveis por causar mais fome e não as que desestimulam o apetite", considera Krakauer.

O ideal nesse cenário é fazer o possível para controlar os níveis de glicose no sangue, com o monitoramento da glicemia, uma alimentação equilibrada e com grande quantidade de fibras e atividade física.

Além disso, é muito importante comer de três em três horas. "Ficar muito tempo sem se alimentar pode dar uma vontade exagerada de comer doces ou algum alimento que sacie a fome mais rapidamente", lembra a endocrinologista Lilian Kanda Morimitsu, do Hospital Santa Cruz.

4. Fadiga e sono

O diabetes mal controlado pode causar fadiga. "Existe a deficiência relativa ou absoluta de insulina, então o metabolismo de nutrição não é feito de maneira adequada. Assim, há perda de liquido e desidratação", explica o endocrinologista César Hayashida, do Hospital Santa Cruz. Esse desarranjo é o grande responsável pela fadiga em portadores do distúrbio.

Para Krakauer, outro fator importante é que as pessoas hoje levam uma vida muito agitada, o que piora o estresse e o cansaço. De acordo com o especialista, hábitos de higiene do sono são essenciais para evitar esse tipo de problema, não só em quem tem diabetes, como para qualquer pessoa.

5. Problemas circulatórios

As altas taxas de glicose no sangue trazem diversos danos aos vasos sanguíneos, já que esse fator faz com que as paredes do vaso sofram mais com os processos de oxidação, o que faz com que as gorduras se acumulem mais nesses locais, trazendo problemas como hipertensão.

Normalmente esses problemas são decorrentes do mau controle ou de complicações do diabetes. "Além da prevenção comum, que envolve o controle das taxas de glicemia e da alimentação, é muito importante reduzir o excesso de peso, evitar o cigarro e beber menos álcool, para evitar esse tipo de complicação", explica Krakauer.

Reduzir o sal também é importante, já que ele também está ligado à hipertensão arterial, devido à retenção de líquidos. Por isso, maneirar no sal como tempero, em alimentos industrializados, enlatados, molhos e temperos prontos, queijos salgados (como gorgonzola, muçarela e parmesão), molho de soja, mel, doces no geral, carboidratos simples, alimentos de alto índice glicêmico e gorduras saturadas são os primeiros passos para manter a hipertensão e o diabetes.

Além disso, evitar esses problemas circulatórios é muito importante para os homens, já que eles podem propiciar a disfunção erétil, que é um processo que depende principalmente da vascularização, já que na ereção é preciso que mais sangue preencha os chamados corpos cavernosos. Portanto, é mais comum que homens com diabetes, principalmente descontrolado, tenham problemas de ereção.







6. Problemas com a pele

Quando a pessoa que tem diabetes tem uma complicação chamada neuropatia diabética, que afeta os nervos de diversas partes do corpo. "Se afetar os nervos do sistema nervoso autonômico - que controlam a produção de suor e de sebo - a pele vai progressivamente ficando mais seca", diz a endocrinologista Andressa. Com isso, ocorre uma ruptura da linearidade das células da pele e as rachaduras podem ocorrer. Por isso, é fundamental que o diabético hidrate bem sua pele, principalmente nos membros inferiores, mais propensos a este problema no sistema nervoso.

A cicatrização também é mais difícil nos diabéticos. "É comprovado que a pele do diabético tem uma cicatrização pior, demorando mais para o fechamento de feridas e também é mais suscetível a infecções", considera a dermatologista Denise Steiner, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). No entanto, não é indicado o uso de pomadas, a não ser que ela seja prescrita por um especialista. As pomadas com cortisona, por exemplo, podem prejudicar o diabético.

7. Doença periodontal

A saúde bucal do diabético também merece atenção especial. Antes da doença ser diagnosticada, por exemplo, um odontologista experiente pode percebê-la. "O hálito cetônico (semelhante ao cheiro de maçã velha) é característico no diabético e a doença periodontal costuma estar presente. Esses sinais podem aparecer antes de outros sintomas, por isso, uma consulta de rotina e uma boa anamnese podem levar o dentista a encaminhar o paciente ao médico e assim chegar ao diagnóstico precoce da diabetes", considera a odontologista Eliana Avelãs.

De acordo com o endocrinologista Krakauer, isso ocorre devido ao excesso de glicose, que propicia o aparecimento de bactérias e que formam a placa bacteriana, principalmente responsável pela gengivite e periodontite. A melhor forma de evitar isso, além de controlar bem o diabetes, é cuidando da higiene bucal, com escovação de duas a três vezes ao dia, fio dental diariamente e bochechos sem álcool.

8. Problemas oculares

Os olhos do diabético também estão em perigo. Isso ocorre porque os danos que a glicose causa nos vasos sanguíneos também pode afetar a circulação nos olhos, o que causa a retinopatia diabética. "O mais importante para prevenir esse problema também é o controle das taxas de glicemia. No entanto, quem tem diabetes precisa ir frequentemente ao oftalmologista, para fazer prevenção com exames. Parar de fumar e evitar beber muito também é uma atitude importante", ressaltar Krakauer.

9. Infecções em geral

Pessoas com diabetes e sem controle da doença também tendem a ter mais infecções, já que a doença pode afetar o sistema imunológico, tornando-o mais deficiente. Por isso, a vacinação é ainda mais importante para quem tem essa doença crônica. "Vacina como a da gripe, pneumonia, entre outras, devem ser tomadas em todas as campanhas, e estão disponíveis na rede pública para quem tem diabetes", reforça Márcio Krakauer.

Outro ponto importante é cuidar da pele, para evitar a criação de novas portas de entrada para bactérias no corpo: as feridas. É importante cuidar principalmente da pele dos pés, que são muito mais propensos a machucados que demoram a cicatrizar.

10. Pé diabético

Como já foi reforçado, o pé do diabético é muito mais sensível a feridas e machucados. Inclusive, o diabetes costuma ser uma das maiores causas de amputação dos pés, ganhando até mesmo de acidentes automobilísticos, de acordo com Krakauer.

Para o especialista, o mais importante é cuidar melhor da saúde dos pés. "Evite machucados, vá à podóloga a cada dois a três meses, prefira sapatos adequados e meias de algodão e sem costuras", resume o especialista. O corte das unhas também é importante, pois deve ser feito de modo que evite machucados.

Andressa tem uma boa dica: "Tenha no banheiro um pequeno espelho, que possa ser usado para ver a sola dos pés e entre os dedos, todos os dias após o banho. Caso apareçam micoses ou pequenas lesões, o médico precisará ser avisado", alerta a endocrinologista.



Fonte: Minha Vida

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