(Texto-Rebeca Mueller Kakuda)
Estimativas nos mostram constantemente que o diabetes, doença crônica, atinge milhões de pessoas, e esse número tende a aumentar em função da crescente vulnerabilidade à qual nos expomos diariamente: ambientes favorecedores de má qualidade de vida, sedentarismo, alimentação desorientada, estresse e dificuldades no trato emocional. Tais aspectos ambientais e psíquicos, quando acrescentados aos fatores genéticos (herdados), podem suscitar em diabetes.
O desenvolvimento humano, assim como o de uma doença, obedece a uma relação dialética entre psique, soma e o meio no qual se vive, havendo uma busca constante de equilíbrio para algo que seja ameaçado. Desta forma, a dinâmica do adoecer ganha causalidade múltipla e integrada.
As grandes modificações no estilo de vida, causadas pelo diabetes, constituem uma das maiores variáveis de dificuldade de aceitação da doença. Essa doença determina mudanças nas atividades diárias da pessoa, o que pode ser vivenciado sob luz de sentimentos, como regressão, perda da auto-estima, insegurança, ansiedade, negação da situação apresentada e depressão.
No entanto, o modo de enfrentamento da doença é algo subjetivo, individual, e se diferencia dependendo da organização mental e estrutura psíquica de cada um.
Entende-se que qualquer sintoma, seja mental ou somático é, antes de tudo, uma manifestação do sofrimento do sujeito, e por si só, culmina em perturbação do equilíbrio da economia psicossomática, devido à ameaça que representa para o sujeito.
O falar sobre a doença possibilita trabalhar as fantasias suscitadas por ela, bem como a elaboração e aceitação da doença, seja em processo grupal ou psicoterapêutico individual.
Os grupos possibilitam a troca entre iguais, favorecendo a coesão e a solidariedade, o compartilhar de sentimentos e dúvidas, e assim aprender a conviver melhor com a doença, garantindo maior adesão aos tratamentos propostos, compreensão do funcionamento psicossocial, e ganhos de qualidade de vida.
Da mesma maneira, o trabalho psicoterapêutico individual, pode ser realizado com crianças, adolescentes, adultos e pais, que quando implicados no tratamento dos filhos, tornam-se membros fundamentais no cuidado do diabetes e na execução das intervenções.
Psicóloga
CRP: 06/92601
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