O impacto do controle intensivo da glicemia sobre os principais desfechos renais no diabetes tipo 2 (DM2) ainda não está bem esclarecido. Para avaliar esse problema, o Estudo ADVANCE randomizou 11.140 pacientes para um grupo de controle glicêmico intensivo (meta de A1C<6,5%) ou para outro grupo em controle padrão. Foram avaliados os efeitos do tratamento sobre a doença renal em estágio terminal, necessidade de diálise ou transplante renal, morte renal, níveis dobrados de creatinina para acima de 200 micromoles por litro, macroalbuminíria de início recente e progressão ou regressão de albuminúria. 
Após uma mediana de 5 anos de seguimento os níveis médios de A1C foram de 6,5% no grupo intensivo e de 7,3% no grupo padrão. O controle glicêmico intensivo reduziu significativamente a risco de doença renal em estágio final em 65%, a microalbuminúria em 9% e a macroalbuminúria em 30%, em comparação ao controle padrão. A progressão da albuminúria foi reduzida significativamente em 10% e o índice de regressão da albuminúria aumentou em 15%. Os autores concluem que o controle glicêmico intensivo promove melhoras significativas dos desfechos renais em pacientes com DM2. 
Fonte:  Perkovic V, Heerspink HL, Acalmenrs J et al. Intensive Glucose Control Improves Kidney Outcomes in Patients with Type 2 Diabetes. Kidney Int 2013;83(3):517-23. Doi: 10.1038/ki.2012.401. Epub 2013 Jan 9.
Informações do Autor

Dr. Augusto Pimazoni-Netto
Coordenador do Grupo de Educação e Controle do Diabetes do Hospital do Rim e Hipertensão da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP
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